3º Edição
O terceiro encontro internacional Montanha Mágica* prossegue na evocação da Paisagem enquanto modo de ver, compreender, representar e fabricar o território, na medida em que tais processos são interdependentes da capacidade de exaltação simbólica e poética, mas também pragmática e crítica que, no seu cada vez mais extenso e multimediático campo, a Arte trabalha.
Considera-se aqui a Paisagem como um fenómeno tangível, que pode ser visto mas também nos toca, que representamos mas também nos constitui enquanto pessoas: “O mundo e eu somos um no outro”, diz Merleau-Ponty, reflectindo sobre essa fugaz coincidência do fluxo do espaço e do tempo, da vivência e da distância, de como embora distintos, “as coisas passam por dentro de nós, assim como nós por dentro das coisas”. De sorte que a paisagem nomeia essa travessia interior, esse “rebanho errante de sensações” e acasos de que é feita a substância durável do mundo.
Tendo o Antropoceno como ciclorama, a MM* é uma plataforma que magnetiza visões heterodoxas de artistas e investigadores que, a pretexto do encontro com a montanha epitomizado pela obra-prima de Mann, reclamam neste fórum uma progressiva e mais aguda indexação da estética à ética como estratégia de combate à degradação que o capitalismo global vem inflingindo ao ecossistema, de que somos parte. Nessa procura de convergência e de reforço da comunidade a MM* cruza distintos públicos e gerações.
À semelhança das precedentes, a Montanha Mágica* culmina no simpósio e nas exposições. Além das actividades que decorrem na UBI, Covilhã, envolve residências artísticas na Serra da Estrela (Seia, Sabugueiro e Manteigas) e em Trás-os-Montes. A produção resulta de uma parceria entre os cursos do Departamento de Artes, em especial o Doutoramento em Media Artes, o LABCOM, o Museu de Lanifícios, a Faculdade de Belas Artes da Universidade do País Basco e o Grupo de Investigação LaSIA, contando com os preciosos apoios das câmaras municipais de Vinhais e da Covilhã. MM*2021 © Francisco Paiva
26 NOVEMBRO 2021
Auditório do Museu de Lanifícios, UBI Google Maps
9:00 - Abertura
09:30 - Roberto Ramos de León, INDOC - CDAN, Huesca A montanha, protagonista das iniciativas europeias de arte e natureza
10:00 - Laura F. Gibellini, Facultad de Bellas Artes de la U. Complutense de Madrid Drawing Mountains—Depicting the Invisible
10:30 - Daniel Moreira e Rita Castro Neves, FBA U. Porto / Escola de Macieira
Por um caminho de pé posto
11:00 - Unai Requejo, Facultad de Bellas Artes U. País Vasco / Euskal Herriko Un.
Paisaje sin lente: aplicaciones del escaner 3DLidar en la creación.
11:30 - António Meireles,Helena Genésio, Jacinta Costa e Mário Cardoso, Instituto Politécnico de Bragança, Laboratório de Artes na Montanha - Graça Morais
Sementes da Montanha
12:00 - Frederico Dinis, CEIS20, U. Coimbra
Performatividade da Memória da Paisagem
12:30 - Projecção dos filmes, resultantes da residência artística no âmbito da MM* 2019:
-- Cores de outono (2020), 7’, Realização: Lucas Tavares; Produção: Fausto Muniz
-- A aldeia do Diabo (2020), 11’, Realização e produção: Bruno Acosta, Marcos Kontze, Melissa Gomes, Tom Freitas.
-- Almoço livre
14:00 - Alastair Fuad-Luke, ESAD, Porto Design Biennale
Living Assemblages: Can “regenerative design” help climb the mountain towards multi-species sympoiesis?
14:30 - Emanuel de Castro e Lucas Cezar, Estrela Geopark Unesco
Leitura da Paisagem a partir da história Geológica da Serra da Estrela
15:00 - Paulo Freire Almeida, EAAD Universidade do Minho PT
Ruinas contemporâneas. As formas de uma natureza às avessas
15:30 - Jesus Osório, FBA Universidad de Granada
Histórias de uma montanha: narrativas para um lugar alto num tempo indefinido
16:00 - Susana Lemos, UBI, Doutoramento em Media Artes
Grupo do Risco: imersão e magia no lugar
16:30 - Rita Salvado, UBI, Museu de Lanifícios
Paisagem Cultural através do Design Têxtil
17:00 - Sara Constante, UBI, Labcom, Doutoramento em Media Artes
Stellae* - Design editorial
17:15 - Francisco Paiva, UBI, FAL, Labcom
Lançamento do n.º 1 da Stellae* Revista de Arte / Journal on Arts
17:30 - Tiago Fernandes, Paulo Cunha, Manuela Penafria e Fernando Cabral, UBI, FAL, Labcom
Primeiro corte dos filmes da Residência Artística MM* Seia
18:00 - Inaugurações
Frederico Dinis
Transient boundaries,performance, Museu de Lanifícios, Real Fábrica Veiga
Daniel Moreira e Rita Castro Neves
Caminhos de pé posto e outras serras que tais - Museu de Lanifícios, Real Fábrica Veiga, Foyer
Fernando Aranda, Ânia Pais, Brígida Ribeiros e Miguel Oliveira
Paisagem Adentro - Museu de Lanifícios, Real Fábrica Veiga, Galeria de Exposições Temporárias
Rui Algarvio / Luís Filipe Rodrigues
A Paisagem que me representa - Museu de Lanifícios, Real Fábrica dos Panos, Galeria das Fornalhas
João Braz
Os objectos reflectidos estão mais próximos do que parecem, videoinstalação, Museu de Lanifícios, Real Fábrica dos Panos, Antiga Tipografia
Jesús Osorio
Histórias de uma montanha, exposição - Museu de Lanifícios, Real Fábrica dos Panos, Antiga Tipografia
Alunos do 1º Ano de Design Multimédia
Francisco Paiva, Joana Martinho Marques Mónica Romãozinho e Susana Lemos, Org.
O Sentido do Lugar - exposição, Museu de Lanifícios, Real Fábrica dos Panos
19:30 - Encerramento
ALASTAIR FUAD-LUKE
Alastair Fuad-Luke é um facilitador, educador, pesquisador, consultor, escritor e activista que explora e desafia de que modo o design é aplicado a questões sociais, ecológicas, económicas, políticas e educativas.
Como curador-chefe da Porto Design Biennale 2021, Alter-Realities, desafiou designers e cidadãos a abraçar as contingências actuais.
Professor titular desde 2011 na Aalto University, Finlândia e na Free University of Bozen-Bolzano, Itália, de entre os seus livros contam-se Field Explorations (em breve em 2021),
Agents of Alternatives (2015), Design Activism (2009) e The Eco-Design Handbook ( 2002, 2005 e 2009).
Living Assemblages: Can “regenerative design” help climb the mountain towards multi-species sympoiesis? Our perception of human-made, wild or other landscapes in cultures of the West and Global North is driven by the hegemonic semiotic registers of the Plantationocene and Capitalocene. Evolved over the last 500 years, and embracing the Renaissance and the Englightenment, these “cenes”, embrace Eurocentric “discovery”, scientific and technological determinism, exploitation, colonial settlerism, racism and genocide. While some of the worst events of these cenes are in the past, they continue to underpin practices of present day neo-liberal capitalism across the political spectrum from democratic to authoritarian regimes. While literature from design studies and research, anthropology, social and technical sciences and philosophy has invoked Félix Guattari´s ecosophy, Deleuze and Guattari´s notions of assemblage and Donna Haraway´s conceptualisation of multi-species co-existence, a coherent design position has not yet emerged how we might genuinely engage in designing for multi-species sympoiesis. Before we can transform existing landscapes into something preferable we need to reframe design as a set of practices of “regenerative design”, where humans, other living beings and nonhuman bodies make better worlds for each other. Regenerative design is anchored in Baruch Spinoza´s vibrant monism, conative bodies and affects but also asks where to act, with whom and for whose benefit.
ÂNIA PAIS
Ânia Pais nasceu na ilha de S. Miguel, Açores, em 1998. Licenciada em Pintura pela Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, frequenta
atualmente o Mestrado em Pintura na mesma instituição. Participou nas exposições coletivas Elogio da Matéria, Galeria Pintor Fernando de Azevedo, Sociedade
Nacional de Belas Artes, Lisboa (2019), Prémio SGPCM, FBAUL- Secretaria Geral da Presidência do Conselho de Ministros, Lisboa (2019), Contemporary Interventions on Memory
– Dialogue and Silence, Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa (2019), Puro Inóspito ou a transparência dos objetos corpóreos, Galeria de exposições
temporárias do castelo de Portalegre (2019); Reflection upon space - parts I e II, Lx Lapa, Lisboa (2021). Finalistas Pintura 2019.20 - Faculdade de Belas- Artes
ULisboa, Sociedade Nacional de Belas Artes, Lisboa (2021). Exposições individuais: Paradoxo, Galeria António Lopes, Covilhã (2020), Fez-se Noite, Arquivo Municipal
de Lisboa | Fotográfico (2020), In that inner night, exposição online, Laad Gallery, Londres 2021. In Perpetuum, Biblioteca da Faculdade de Ciências e Tecnologia de
Lisboa (2021).
BRÍGIDA RIBEIROS
Brigida Ribeiros, nasceu em 1975 em Faro. É licenciada em Design de Moda e mestre em Design pela Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa.
Ao longo da sua trajetória profissional exerceu atividade em diversas áreas artísticas e culturais. O seu trabalho artístico é eclético, estendendo-se do desenho e
ilustração à fotografia e arte têxtil. É designer, artista e professora. Vive em Castelo Branco.
ANTÓNIO MEIRELES
António Meireles (Guimarães, 1973) Licenciado em Artes Plásticas – Pintura, pela Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, Mestre em Desenho pela Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, em 2005 e Doutor em Belas Artes, especialidade em Desenho na mesma instituição de ensino em 2015.
Título de Especialista em Belas Artes atribuído pelo consórcio dos Institutos Politécnicos de Bragança, Lisboa, Coimbra e Viana do Castelo em 2012.
É docente do departamento de Artes Visuais na Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Bragança desde 2002. Sob o nome de António Santos, expõe desde 1995 com regularidade.
Ganhou o 1º Prémio da IIIª Bienal de Artes Plásticas da Marinha Grande em 2000 e uma Menção Honrosa em Pintura - Xº Salão da Primavera do Casino Estoril em 1997.
Tem obras em acervos da Câmara Municipal de Lisboa, Câmara Municipal de Braga, Câmara Municipal de Viana do Castelo, Museu do Vidro da Marinha Grande e Coleção de Arte do Instituto Camões.
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Sementes da Montanha - Neste mundo contemporâneo permanentemente conectado vivemos num equilíbrio muito difícil e precário, procurando o que é único e exclusivo e valorizando o que é global e partilhado. Se algo transita de um estado para o outro, adquire outras caraterísticas que não as de origem, perdendo-se e ganhando-se, como é natural, algo neste processo. O território transmontano de montanha tem caraterísticas que lhe são próprias e que o distinguem de outros territórios de montanha, seja na orografia, na fauna e flora, como na cultura e arte, que de tempos remotos se tem registo. Como explorar o caráter particular, circunscrito e único deste território, mas operar no mundo global? Tomando como estímulo e exemplo a obra da pintora Graça Morais, que conseguiu construir uma ponte entre aspetos singulares do que é local e aspetos globais do amplo mundo contemporâneo, desenvolveu-se entre julho e agosto de 2021, um Curso Intensivo de Verão no Instituto Politécnico de Bragança, em colaboração com estagiários do Programa Ciência Viva, sob a coordenação do Laboratório de Artes na Montanha – Graça Morais. Os participantes desenvolveram um processo de reflexão, conceção e criação que resultou numa performance que agregou o local e o global, configurando sementes de um processo mais ambicioso, capaz de ligar a montanha ao mundo e vice-versa, com ganhos para todos os intervenientes, porque, acreditamos, a arte é salvífica e é a forma mais nobre de diálogo entre os povos.
CAROLINA JUSTO
Carolina Justo , nasceu em 1994, natural da vila de São Brás de Alportel, distrito de Faro. Aos 23 anos ingressou na Universidade do Algarve, pelo curso de Ciências da Comunicação, onde desenvolveu interesse por Cinema. Durante a licenciatura, terminada em 2019, viveu duas experiências de Erasmus que muito influenciaram o seu desenvolvimento pessoal. Em 2020, iniciou o mestrado em cinema, para complementar a sua formação e adquirir os conhecimentos necessários para poder ingressar no mercado de trabalho. Até então, produziu
duas curtas ficcionais e uma curta documental, todas em âmbito académico.
DANIEL MOREIRA E RITA CASTRO NEVES
Daniel Moreira e Rita Castro Neves vivem e trabalham entre o Porto e a Beira Alta, e trabalham desde 2015 em colaboração.
Daniel Moreira é licenciado em Arquitectura, iniciando em 2000 um percurso multidisciplinar entre a arquitectura e as artes plásticas.
Rita Castro Neves, após terminar o Curso Avançado de Fotografia do Ar.Co em Lisboa e o Master in Fine Art da Slade School of Fine Art de Londres,
inicia uma atividade artística regular, de docência e de curadoria. Com Laking, que realizaram em 2015 a convite do espaço artístico finlandês Oksasenkatu 11,
começa um projeto longo a propósito da representação da paisagem, em que refletem com o desenho, a fotografia e o vídeo, de forma instalada, sobre colaboração artística,
diferentes técnicas e culturas artísticas, território, escala e percurso. Realizam diversas exposições individuais e coletivas, e residências artísticas das quais destacam a
Residência Paulo Reis do Ateliê Fidalga em São Paulo (2017), no Camões – Centro Cultural Português de Maputo, Moçambique (2018), a Residência Inter-Meada no Alvito (2019) e no Festival de Fotografia de Paranapiacaba (Brasil, 2019).
Em outubro de 2017 realizaram uma viagem de estudo ao Japão com uma bolsa da Fundação Oriente. Em 2020 terminam o projeto de recuperação da Escola de Macieira, uma antiga escola primária do Plano dos Centenários na Serra de São Macário,
na Beira Alta, para aí iniciarem um projeto de reflexão sobre cultura serrana, a natureza e o rural, e logo pela ecologia, a biopolítica e a preservação ambiental.
Por um caminho de pé posto - A antiga escola primária beirã da aldeia de Macieira no cimo na Serra de São Macário é um lugar confluente e conflituoso, de vivências e memórias tensionadas entre lugar histórico, património cultural, social e político, marco ditatorial, violência educativa e brincadeira infantil, residência artística e também a nossa casa. É da Escola de Macieira que partimos para as nossas caminhadas, por caminhos de pé posto ou nem isso. A experiência solitária da caminhada, pontuada por avistamentos e encontros com seres e matérias, materializa-se em criações partilhadas pela dupla artística, numa perspetiva de olhar o território interior português sem idealização, mas a partir do desejo da preservação ambiental e das diversidades.
EGAS SIMÃO
Egas Simão, é natural de Loulé e nascido em 1992, licenciado em Ciências da Comunicação pela
Universidade do Algarve. Durante o seu percurso académico prossegue por duas vezes em Erasmus, uma primeira vez na Suécia como parte do seu plano de estudos e a segunda na República Checa, onde estagia como Designer no departamento de Marketing. Descobre o que é ser Europeu. Em 2020 entra para o Mestrado de Cinema da Universidade da Beira Interior, como o intuito de preencher a sua paixão por Imagens, sejam elas estáticas ou em movimento, é nelas que pretende expressar-se, descobrindo-se a si e ao Mundo.
EMANUEL DE CASTRO
Emanuel de Castro é licenciado em Geografia, com especialização em Estudos Ambientais, Mestre em Geografia e Ordenamento do Território.
Docente do Instituto Politécnico da Guarda, entre 2004 e 2017. Participou em diferentes projetos de investigação, nas áreas do Turismo, Análise
da Paisagem e Desenvolvimento Territorial. Atualmente é Coordenador Executivo da Associação Geopark Estrela, entidade responsável pela gestão da
classificação Estrela Geopark Mundial da UNESCO.
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Estrela Geopark Mundial da UNESCO: leitura da paisagem a partir da História Geológica da serra da Estrela - - A paisagem do Estrela Geopark é o resultado de múltiplos fatores, naturais e humanos, que contribuíram para a unicidade da serra da Estrela. Entre estes, destaca-se a História Geológica desta Montanha, com mais de 650 milhões de euros. Na verdade, percorrer a paisagem da Estrela é uma viagem pela sua História, desde a formação das rochas mais antigas até às marcas da última glaciação, com aproximadamente 30 mil anos. A paisagem atual da Estrela é, assim, a confluência de duas Histórias, a geológica e a humana!
FERNANDO ARANDA
Fernando Aranda GonzálezCidade do México, 1983) frequenta o doutoramento em Media Artes na Universidade da Beira Interior.
Trabalha há mais de 13 anos em torno da paisagem e da sua relação com a natureza humana, o comunitário e a ecologia interior.
Desenvolveu múltiplos projectos através da pintura, do desenho, da fotografia, da animação, da gravura e da instalação pictórica.
Realizou sete exposições individuais e participou em 23 exposições colectivas, tanto no México como em Portugal.
FERNANDO CABRAL
Fernando Cabral é licenciado e mestre em Cinema, como projeto final de mestrado escreveu e realizou a curta-metragem ”Sussurro”.
É docente na Universidade da Beira Interior, onde leciona unidades curriculares na área da Imagem.
É membro da comissão organizadora das Jornadas do Cinema em Português.
Atualmente, desenvolve o seu projeto de investigação no Doutoramento em Media Artes na UBI.
FRANCISCO PAIVA
Francisco Tiago A. Paiva Professor Associado com Agregação da UBI, onde dirige o curso de 3º Ciclo/ Doutoramento em Media Artes.
Doutor em Belas Artes - Desenho pela U. País Basco, licenciado em Arquitectura pela U. Coimbra e em Design pela Faculdade de Belas Artes da U. Lisboa.
Coordena o Grupo de Artes do LabCom. Desenvolve pesquisa e criação sobre processos espacio-temporais, intermedialidade e identidade nas artes. Integra
comissões científicas de eventos e publicações especializadas. Coordenador científico da DESIGNA, Conferência Internacional de Investigação em Design,
das Jornadas de Investigação em Artes (iArtes) e da plataforma Montanha Mágica* Arte e Paisagem. Membro da CooLabora, cooperativa de intervenção social.
Director Executivo da Candidatura da Covilhã a Cidade Criativa da UNESCO em Design.
FREDERICO DINIS
Frederico Dinis é investigador, compositor intermédia e performer audiovisual.
O seu trabalho tem sido abraçado por museus, salas de concerto, espaços públicos e eventos, em Portugal, Áustria, Espanha, Finlândia, Brasil e Coreia do Sul.
É Doutorado em Estudos Artísticos da Universidade de Coimbra, especialidade de Estudos Teatrais e Performativos, e é investigador do CEIS20 – Centro de Estudos
Interdisciplinares do Século XX da Universidade de Coimbra. Os seus projetos de investigação-criação centram-se em lugares específicos, analisando o papel da memória
na configuração das identidades individuais e coletivas, procurando refletir sobre a importância do contexto local e do sentido de lugar, e a relação entre performatividade
e representação da memória. É também membro da EASTAP – European Association for the Study of Theatre and Performance (Paris, FR).
Apresentou resultados da sua investigação-criação em múltiplas performances site-specific, sobre diferentes lugares e territórios, e ainda em conferências, simpósios e eventos.
É autor de diversos artigos científicos e capítulos de livros sobre temáticas ligadas às performances audiovisuais e às media arts.
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Performatividade da Memória da Paisagem - O objetivo deste trabalho é perceber e refletir sobre qual o papel da performatividade da memória da paisagem em performances audiovisuais site-specific, expandidas através de narrativas sonoras e visuais fragmentadas. Neste sentido fazemos um enquadramento da noção de performatividade, enquadrada nas artes performativas e enquanto noção porosa, onde essa porosidade está na sua capacidade de ser contaminada por várias disciplinas, por diferentes medias, e por aglomerar diversos conceitos e formas de se fazer arte. Uma performatividade que atua por meio de sons e de imagens, pela plasticidade, na materialidade das interações entre memória, espaço e público. Enquadramos ainda questões ligadas à memória e a tendência para se expandir o seu alcance fazendo com que exista uma diversidade de abordagens e que esta seja observada a partir de diversas áreas, onde todo o trabalho de memória parece implicar um trabalho de representação. Um trabalho de representação a que também está inerente um processo de rememoração, que precede um processo de construção de sons e imagens. Por fim, defendemos que a performatividade da memória envolve uma contingência na relação entre o som, a imagem e o público.
HELENA GENÉSIO
Helena Maria Lopes Pires Genésio é Professora adjunta da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Bragança. Mestre em Literatura Portuguesa Contemporânea pela FCSH da Universidade Nova de Lisboa. Licenciada em Línguas e Literaturas Modernas – Estudos Portugueses e Franceses pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto. No âmbito da sua formação académica profissional e artística destaca ainda: Curso de Iniciação Teatral, Curso de Expressão Corporal e Técnicas de Animação, Curso de Fantoches e Formas Animadas, Curso de Carpintaria de Cena no Teatro Universitário do Porto; Curso de Especialização em Literaturas Românicas da Faculdade de Letras da Universidade do Porto; Mestrado em Estudos de Teatro na Faculdade de Letras da Universidade do Porto e curso de Cultura Teatral no Teatro Nacional D. Maria II. Além das funções docentes, foi Diretora do Teatro Municipal de Bragança, onde desempenhou funções de Direção Artística, Gestão, Programação e Produção (2003 – 2019). Funda em 1990 o Teatro de Estudantes em Bragança – TEB e assume a Direção Artística, onde assinou 28 encenações (1990 / 2010). Tem publicações na área da literatura, intervenção cívica, Teatro, literatura para a infância e poesia.
JACINTA COSTA
Jacinta Costa (Gaia, 1974) Licenciada em Design de Equipamento pela Escola Superior de Arte e Design de Matosinhos. Mestre em Multimédia pela Universidade de Aveiro (UA). Doutoranda em Design pela UA. Membro do Centro de Investigação ID+ Research Institute For Design, Media And Culture da UA. Título de Especialista em Design pelo consórcio dos Institutos Politécnicos de Bragança, Coimbra e de Lisboa em 2013. Docente do Departamento de Artes Visuais da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Bragança. Os seus interesses de investigação incluem as áreas da sustentabilidade, design de produto, design e o território, metodologias e processos de design criativo tendo colaborado em diversos projetos de investigação e com diferentes empresas na conceção de novos produtos, nomeadamente Corticeira Amorim, Factory Play, Ikea entre outras. Além de publicações nas áreas de sustentabilidade, desenvolvimento da criatividade, participa periodicamente em concursos de design nacionais e internacionais. Realiza e expõe regularmente desde 2000 em parceria com Carlos Costa projetos de design de produto, industrial e de comunicação, instalações, esculturas e peças de autor onde explora diferentes matérias e técnicas na execução dos seus trabalhos na procura de novas linguagens formais e expressivas.
JEAN VARGAS
Jean Vargas, natural de Vitória - ES - Brasil, 36 anos. Graduado pela Universidade Vila Velha no curso superior tecnológico em Fotografia onde também realizou uma especialização no Discurso da Imagem. Há 10 anos trabalhando no mercado fotográfico, tem como especialidade tratamento e manipulação de imagens e há 4 anos possui uma produtora onde desenvolve os mais diversificados projetos audiovisuais, tendo como foco a realização e direção de fotografia.
JESÚS OSORIO
Jesús Osorio (Málaga, 1975) é artista plástico, docente e investigador. Licenciado en Belas Artes pela Universidade de Granada e Doutor pela Universidade de Málaga.
Actualmente é Professor no Departamento de Desenho da Faculdade de Belas Artes de Granada. Viveu e trabalhou em várias cidades e países, nos quais desenvolveu e expôs projectos muito diferentes,
individuais e colectivos, tirando partido desses contextos heterogéneos. Defende a multiplicidade como um rasgo importante da sua identidade artística (e pessoal), tomando-a como base da sua
investigação criativa. Trabalha a partir da sua necessidade de propor sempre outras opções, explorando múltiplas variações ou manipulações da realidade.
Indaga, brinca, reflecte sobre tudo o que poderia ter sido ou poderia ser, no impossível ou no ainda desconhecido.
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Histórias de uma montanha: narrativas para um lugar alto num tempo indefinido - Todo o lugar antigo acumula crostas de história, como camadas de emulsão fotográfica ilegível, apagadas ou deformadas pelo sol e pelas alternadas erosões do gelo e do degelo. Existem pedras que nunca foram tocadas por ser humano algum, mas viram e verão Deus sabe que coisas e criaturas desde a origem e até que tudo isto acabe. Fervendo de curiosidade e medo, criamos lendas. Inventamos o que podia ter sido, acrescentamos conteúdo falso ao que já sabemos, imaginamos ou que um dia poderá ser. Mas é insuficiente. Quantas coisas não terão acontecido em milhões de anos?! Quantas histórias nunca foram contadas e quantas imagens ninguém viu ou verá?! O projeto Histórias de uma montanha brinca de gerar narrativas para um lugar alto, pedregoso e antigo, num tempo indefinido, através das qualidades evocativas do desenho.
JOÃO BRAZ
João Braz- Nasceu em Lisboa em 1969. É formado em Montagem pela Escola Superior de Teatro e Cinema.
Com 30 anos de experiência como editor, montou mais de 110 filmes, entre longas metragens de ficção e documentários
assim como séries de ficção para televisão. Foi montador de obras de cineastas como Cláudia Varejão, João Botelho,
João Canijo, Fernando Vendrell, Leonor Teles, Margarida Gil, Marco Martins, José Filipe Costa, António da Cunha Telles,
Jorge Paixão da Costa, Vicente Alves do Ó e Margarida Cardoso entre outros . Foi vencedor, por duas vezes, do prémio
Sophia para Melhor Montagem da Academia Portuguesa de Cinema. Actualmente frequenta o terceiro ano do doutoramento em
Media Artes na Universidade da Beira Interior. Leciona no curso de Cinema na Universidade da Beira Interior e na Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa.
JOANA MARQUES
Joana Martinho Marques, licenciada em Artes Plásticas-Escultura, pela FBAUP. Realizou Erasmus na Fac. Belas Artes de Atenas,
em 2007 concluiu o Master Internacional de Cenografia/Direção Artística na Faculdade de Belas Artes da Univ. Complutense de Madrid.
Finalizou em 2011 o mestrado em ensino das artes visuais na UBI, onde é doutoranda em Media Artes. Professora, diretora pedagógica da D’Arte+,
faz trabalhos com instituições como Teatro Guimerá de Tenerife, Teatro Real de Madrid, Teatro das Beiras, Coolabora, Beira Serra e Quarta Parede.
Como artista plástica venceu o concurso nacional “O 25 de Abril, 25 anos depois” com Menção Honrosa pela CMC em 2000. Expôs na Cordoaria Nacional,
Culturgest, Espaço de Intervenção Cultural Maus Hábitos, Galeria Psyhary 36 (Atenas), Galeria da ACERT, Museu Municipal de Paços de Ferreira, Galeria
Arthobler, Convento São José (Lagoa), ART’S, Business & Hotel Centre.
LUCAS CEZAR
Lucas Cezar - Licenciado em Biologia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG, Brasil) desde 2008; Mestre em Entomologia pela Universidade de São Paulo (USP, Brasil) desde 2011. Experiência em investigação nas áreas da Ecologia, da Taxonomia e da Evolução de Insetos, que o levou a conhecer a grande diversidade de ambientes naturais em uma dezena de países, até chegar ao território do Estrela Geopark, em Portugal, onde integra desde maio de 2018 a equipa técnica da Associação Geopark Estrela, atuando nas áreas de Biodiversidade, Sustentabilidade e Ciência.
LUCAS FINOTTI
Lucas Finotti, nasceu em 2000, na cidade de São Paulo, Brasil. Com 18 anos, foi para Portugal estudar na Universidade da Beira Interior, com enorme interesse por cinema e outras artes, ingressou no curso de Design Multimédia. Durante a licenciatura, aprimorou o gosto pela sétima arte, desenvolvendo então, alguns trabalhos acadêmicos no âmbito de produção audiovisual. No final da licenciatura em 2021, Lucas decidiu dar mais um passo rumo a este desejo, iniciando, o mestrado em Cinema com o objetivo claro de complementar e focar sua carreira nesta área. Até então, produziu um curta documental em 2021.
LAURA F. GIBELLINI
Laura F. Gibellini é professora titular do Departamento de Desenho da Universidade Complutense de Madrid e colaboradora no MFA in Art Practice da School of Visual Arts de Nova Iorque, EUA. O seu trabalho mais recente, que se formaliza mediante diversas aproximações ao desenho, indaga sobre aquilo que se encontra nos limites do visível e, portanto, dentro dos limites do que podemos pensar. As suas mais recentes estadias de pesquisa e criação incluem a Royal Academy of Spain em Roma (2017) e o Banff Centre for Arts & Creativity em Alberta (2017). A sua obra plástica foi exposta em lugares como Nieves Fernández / NF (Madrid, 2021); HilbertRaum (Berlim, 2018); Matadero (Madrid, 2018); Accademia di Belle Arti (Roma, 2017); CCCB (Barcelona, 2016); Carpe Diem - Arte e Pesquisa (Lisboa, 2015); Boston Center for the Arts (Boston, 2013) ou Anthology Films Archives (NYC, 2012). As suas publicações mais recentes incluem Drawing a Mountain, Publication Studio, 2020 e Meditaciones Atmosféricas. Antes del Presente (338U-710U) Publication Studio, 2017.
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Drawing Mountains/Depicting the Invisible -- Ar, água, luz, clima, as condições atmosféricas de certas montanhas, o desdobramento energético de um raio cósmico ou um gesto infantil são elementos aparentemente díspares e, no entanto, partilham uma dificuldade fundamental: a sua visualização. Com o Desenho de Paisagens - Retratando o Invisível, proponho uma viagem por determinados projetos que buscam tornar visível o que é irrepresentável e, portanto, difícil de reconhecer, a fim de considerar como as dificuldades de representação afectam nossa compreensão do mundo e, portanto, as possibilidades de pensar o que resta dentro dos limites do pensável.
LUÍS FILIPE RODRIGUES
Luís Filipe Salgado Pereira Rodrigues (1971). Doutorado em Desenho pela Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa (2018);
Bolseiro pela FCT (2009 – 2013); Mestre em Educação Artística pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa (2007);
Licenciado em Artes Plásticas-Pintura pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade do Porto (1996). Publicação do livro “Desenho, Criação e Consciência”. Expõe desde 1992.
Participação na Trienal de Desenho de Tallinn, Estónia (215/2021); participação na Bienal de Desenho de Osten Escope, Macedónia (2016/2021).
MANUELA PENAFRIA
Manuela Penafria é docente na área de cinema, na Universidade da Beira Interior.
É membro do conselho científico de revistas portuguesas e brasileiras.
Participa regularmente na organização e na comissão científica de eventos.
É membro do Conselho Consultivo da AIM-Associação dos Investigadores da Imagem em Movimento onde co-coordena o GT "Teoria dos cineastas".
RESIDÊNCIA ARTÍSTICA # 01 - A PAISAGEM QUE ME REPRESENTA
LUÍS FILIPE RODRIGUES (Coord.)
Covilhã, Serra da Estrela, 1 a 15 de Novembro de 2021
Tomando o contexto da micropaisagem do Jardim de Malufa, propõe-se a exploração através do desenho da capacidade de pensar-se e representar-se (a si mesmo) a partir do pensamento sobre este lugar.
Neste sentido, a exploração da identidade da paisagem “natural” promoverá uma simbiose entre a representação do lugar e a representação do/a autor/a.
Para o efeito, propõe-se uma metodologia de representação assente na dialética subjacente à conjunção pensamento / representação como, por exemplo, a decorrente dos seguintes binómios: opacidade / translucidez; centrípeto / centrífugo; sujeito / lugar; manifestação / ocultação; ocupação / desocupação; afirmação / negação; adaptação / inadaptação; rigor / fragilidade; convicções / medos; certezas / hesitações; fechado / aberto; acção / pensamento; orgânico / inorgânico; exterioridade / interioridade.
Deste modo, promove-se a reformulação crítica da relação entre artificial e natural, na expectativa de revelar a identidade do lugar, seja enquanto processo de projecção da identidade do artista ou através da representação do próprio fenómeno de busca de um reequilíbrio idiossincrático entre a razão e a sensibilidade.
Desta residência resultará uma exposição em local a anunciar.
Os trabalhos terão lugar no Jardim do Malufa, Covilhã, entre 1 e 15 de Novembro. As obras serão expostas em local a anunciar, com inauguração a 25 de Novembro.
Cada artista disporá de 5 dias para desenvolver o seu projeto in situ. Será disponibilizado um rolo de papel com 10m, que deverá manter-se com esta dimensão para efeitos de exposição; todo o restante material ficará ao critério e a cargo de cada participante.
Serão seleccionados 4 participantes. As dormidas serão custeadas pela organização.
As obras são propriedade dos autores, embora estes outorguem os direitos de imagem à MM*.
Calendário
7 a 21 de Outubro - Candidatura, formalizada através de um email, com o CV e Portfolio, enviado para montanhamagica@labcom.ubi.pt;
Até 26 de Outubro - Comunicação da seriação
Até 30 de Outubro - Inscrição (20€)
1 a 15 Novembro - Residências
RESIDÊNCIA ARTÍSTICA # 02 - MONTANHA MÁGICA* 2021 - SEIA
TIAGO FERNANDES (Coord.)
MANUELA PENAFRIA, PAULO CUNHA, FERNANDO CABRAL (Org.)
Campo artístico: Cinema
Local: Sabugueiro, Seia, Serra da Estrela
Datas: 1 a 7 de novembro de 2021
Estreia: 6 meses após a residência
Coordenador/es: Tiago Fernandes
Participantes: 8
Após uma primeira edição realizada no ano de 2019, no concelho de Vinhais, que culminou com a produção de duas curtas-metragens inspiradas na Festa da Cabra e do Canhoto, da aldeia de Cidões, a Residência Artística Montanha Mágica* está de regresso no ano de 2021.
Com inspiração no relevo e paisagem da Serra da Estrela, ao longo de sete dias, estudantes de Cinema da UBI estarão em Residência Artística no concelho de Seia, novamente sob o mote da Montanha Mágica*, num intercâmbio de experiências entre os estudantes da UBI e os habitantes locais, a propósito da Noite das Caçoilas, uma festividade comunitária e ancestral do Sabugueiro, uma aldeia de montanha.
Sob coordenação e acompanhamento de docentes da UBI (Tiago Fernandes, Fernando Cabral, Paulo Cunha e Manuela Penafria), e com a tutoria de um realizador convidado, o objetivo desta residência é contribuir para o processo de documentação e preservação da memória coletiva, das tradições e das paisagens visuais e sonoras.
Valor de Inscrição: Gratuito, mediante selecção.
Calendário:
7 a 21 de Outubro - Envio de candidaturas [c/ CV, Portfolio, Carta de Motivação] para resiart2021@gmail.com.
Até 26 de Outubro de 2021 - Seriação das candidaturas
Até 30 de Outubro de 2021 - Comunicação da seriação
1 a 7 de novembro de 2021 - Residência Artística Montanha Mágica* 2021 - Seia
26 Novembro - Apresentação pública / visionamento do primeiro corte / visionamento dos filmes produzidos na Residência Artística Montanha Mágica* - Vinhais (2019)
Parceria: CineEco - Festival Internacional de Cinema Ambiental da Serra da Estrela, Seia
Parceria:
CineEco - Festival Internacional de Cinema Ambiental da Serra da Estrela, Seia
Apoios:
Associação de Beneficência do Sabugueiro
Departamento de Artes, UBI
LabCom - Comunicação e Artes, UBI
Doutoramento em Media Artes, UBI
Cursos de 1º e 2º Ciclo em Cinema, UBI
Covilhã, Cidade Criativa da UNESCO em Design
Casa Municipal da Cultura de Seia
CineEco - Festival Internacional de Cinema Ambiental da Serra da Estrela
Associação Cultural Nós por cá todos bem
RESIDÊNCIA ARTÍSTICA # 03 - PAISAGEM ADENTRO
FERNANDO ARANDA, (Coord.)
Vale do Zêzere, Serra da Estrela, 8 a 12 de Novembro de 2021
Considerar uma perspetiva interior-exterior na aproximação aos lugares aprofunda a visão sobre a relação do ser humano com o entorno.
Esse “fazer paisagem” implica uma prática tanto estética como ecológica. A investigação da natureza ajuda a entender certos fenómenos e a abrir a consciência ao mistério por detrás deles, constituindo o paisagista num actor corpóreo e sensível no palco da montanha.
Neste sentido, a prática da caminhada estética e o exercitar da atenção são práticas que potenciam o adentramento nas montanhas ao paisagista.
O envolvimento estético holístico contribui para questionar e denunciar as nossas relações na e com a natureza, atitude passível de nos conduzir a outro patamar de reflexão e de acção criativa, bem como a um entendimento social, económico e cultural mais integrado e sustentável.
Por outro lado, esta atitude estética perante a paisagem evidencia a nossa pertença à biosfera. A prática da paisagem pode assim expressar tanto aspectos objectivos como, a um nível mais subtil e transcendente, ligar-se ao domínio do sagrado ou da unidade espiritual do todo.
Os trabalhos terão lugar no Vale Glaciar do Zêzere, Serra da Estrela, entre 8 e 12 de Novembro.
Cada dia serão feitos diferentes percursos no vale, onde cada artista terá a liberdade de andar e parar para realizar e desenvolver o seu projeto.
O material artístico ficará ao critério e a cargo de cada participante.
As obras são propriedade dos autores, embora estes outorguem os direitos de imagem à MM*.
Calendário:
7 a 21 de Outubro – Candidatura, formalizada através de um email, com o CV e portfolio, enviado para montanhamagica@labcom.ubi.pt. Serão selecionados 3 artistas.
Até 26 de Outubro – Comunicação da seriação.
Até 30 de Outubro – Inscrição (20€).
8 a 12 Novembro – Residência Artística. Alojamento na Vila de Manteigas custeado pela organização. As refeições serão por conta de cada participante.
25 Novembro – Inauguração da exposição (local a anunciar).
Apoios:
Estrela Geopark
MM* 2021 # 01 Performance
LIMITES TRANSITÓRIOS / TRANSIENT BOUNDARIES
Frederico Dinis
Museu dos Lanifícios, Real Fábrica Veiga
Transient boundaries é um projeto de investigação e de criação artística (practice-as-research) inspirado no património material e imaterial
associado aos lanifícios da Covilhã e que se enquadra na área da performance audiovisual site-specific. Tem como propósito explorar a natureza
diversa do som e sua relação com a imagem, estabelecendo uma ponte com a reconstrução de uma envolvente sensorial que remete para lugares (des)conhecidos
e procura gerar interpretações diversas. Transient boundaries é uma performance audiovisual inspirada no património material e imaterial associado aos lanifícios
da Covilhã, cujo território tem a capacidade de nos transportar para novas dimensões dos lugares que o integram. Trata-se de um território vivo que se tornou num
valor universal, reconhecido pela sua história, e cuja memória preservada nestes lugares remetem para um sentido metafórico de complementaridade, espacial e de natureza geográfica.
Na apresentação de transient boundaries altera-se o tempo e o espaço, remetendo para outros lugares (des)conhecidos, e transformando momentaneamente o espaço de apresentação num
lugar cheio de novos significados e de novas memórias. (https://fredericodinis.wordpress.com).
(transient boundaries foi apoiado pela Quarta Parede e desenvolvido no âmbito do Festival Y#17 – festival de artes performativas)
MM* 2021 # 02 Videoinstalação
OS OBJECTOS REFLECTIDOS ESTÃO MAIS PRÓXIMOS DO QUE PARECEM
João Braz
Faculdade de Artes e Letras, Antiga Tipografia
Os objectos reflectidos estão mais próximos do que parecem. Instalação video com som em sala escura. Duração: 10 minutos. 1080HD.
Ao viajar pelo país deparamos-nos com inúmeros objectos instalados nas rotundas rodoviárias dispostos com o objectivo de inscrever uma mensagem na paisagem.
Neles, sob forma de propostas artísticas, encontramos ecos de naturezas tão diversas como homenagens ou memórias colectivas. Ao circular por entre estes
objectos não podemos deixar de pensar se é possível um território sem identidade tornar-se um lugar através deles. A versatilidade da ilha central da rotunda
torna-a numa tela em branco que permite a criação artística em grande formato explorada por artistas locais, nacionais ou internacionais de relevância diversa.
Poderão esses objetos ser arte pública? — Este video procura explorar a forma tensa como estes objectos singulares e pouco valorizados se relacionam com os
espaços onde estão inseridos, num percurso feito não só de territórios físicos, mas também de identidade e memória.
Um percurso à volta de dezenas de rotundas feito do ponto de vista do observador comum numa viagem que se transforma numa espiral infinita.
MM* 2021 # 03 Exposição
CAMINHOS DE PÉ POSTO E OUTRAS SERRAS QUE TAIS
Daniel Moreira E Rita Castro Neves
Museu dos Lanifícios, Real Fábrica Veiga, Foyer
Caminhos de pé posto e outras serras que tais - A publicação que realizamos no contexto do encontro Montanha Mágica* Arte e Paisagem parte da nossa prática artística
no território das chamadas Montanhas Mágicas, a partir dos maciços da Gralheira e de Montemuro. As serras da Freita, da Arada, do Arestal e do Montemuro - toponímia evocativa e de alto
potencial romantizável – é território por nós efetivamente percorrido e ponto de partida para a criação desta publicação enquanto percurso imagético, entre-cortado, por folhas de texto,
desenho e fotografia.
MM* 2021 # 04 Projecção
CORES DE OUTONO (2020), 7’
Realização: Lucas Tavares; Produção: Fausto Muniz
Museu dos Lanifícios
Cores de outono é uma sensorial viagem a um quadro em movimento, onde os nossos sentidos são desafiados por uma delicada imersão em imagens e sons de paisagens de outono.
Como transgredir as fronteiras entre o cinema e a pintura? Em competição no Festival Caminhos do Cinema Português. Exibido no ShortCutz Aveiro. Prémio "Melhor Realização"
na competição Take One, do Festival Curtas Vila do Conde.
Integra o programa de curadoria "Made in UBI" na plataforma streaming DAFilms.com/
MM* 2021 # 05 Projecção
A ALDEIA DO DIABO (2020), 11’
Realização e produção: Bruno Acosta, Marcos Kontze, Melissa Gomes, Tom Freitas
Museu dos Lanifícios
Aldeia do Diabo mostra a relação entre os moradores da pequena aldeia de Cidões, no Norte de Portugal, e as crenças e tradições que a Festa da Cabra e do Canhoto representam para eles.
O filme acompanha a figura do Diabo como fio condutor de uma narrativa secular que é recorrente nas festas populares de Trás-os-Montes.
Em competição no FantasPorto e no CINENOVA-Festival de Cinema Interuniversitário de Lisboa.
Integra o programa de curadoria "Made in UBI" na plataforma streaming DAFilms.com/
MM* 2021 # 06 Exposição
HISTÓRIAS DE UMA MONTANHA
Jesús Osorio
Museu de Lanifícios, Real Fábrica Veiga, Galeria de Exposições Temporárias
Histórias de uma montanha é um projecto artístico composto por uma série de desenhos e alguns textos. São histórias que surgiram do próprio ato de desenhar, tendo em mente o conceito inicial de Travesía; histórias nascidas da incerteza que dá o desconhecimento de um lugar, da memória deformada de outro, do esquecimento e da reinvenção, de lendas inéditas, visões enganosas, da curiosidade impossível de satisfazer, da vontade frustrante de viajar no tempo e de testar o teletransporte.
MM* 2021 # 07 Exposição
PAISAGEM ADENTRO
Fernando Aranda, Ânia Pais, Brígida Ribeiros e Miguel Oliveira
Museu de Lanifícios, Real Fábrica Veiga, Galeria de Exposições Temporárias
MM* 2021 # 08 Exposição
A PAISAGEM QUE ME REPRESENTA
Rui Algarvio/Luís Filipe Rodrigues
Museu de Lanifícios, Real Fábrica dos Panos, Galeria das Fornalhas
A ideia de partida desta Residência supunha interpretar a identidade do lugar / micropaisagem através da representação expressiva baseada nas interacções introspecção / extrospecção e imaginação / percepção. Estas dinâmicas, assentes na dialética subjetivo /objetivo, conduziram a uma representação de si, artista, através da interpretação do lugar / jardim.
Rui Algarvio — Os Jardins da Malufa e a ideia de jardim foram a razão para criar um contexto específico que permitiu, através da vivência e da observação in loco, num determinado tempo, a realização de quatro desenhos. Este contexto não é mais do que a mediação entre o observado / vivenciado e a execução dos desenhos, onde cabe um caudal de aspectos que, direta ou indiretamente, podem ser vislumbrados nos desenhos apresentados.
Luís Filipe Rodrigues — Na coordenação deste projecto desenvolveu-se toda uma reflexão verbal e artística. Com efeito, a minha interpretação artística do jardim sucedeu à do Rui, nutrindo-se da carga emotiva sobre os aspectos físicos a que se foi dando importância, tanto nas visitas ao lugar, como nos diálogos estabelecidos.
MM* 2021 # 09 Exposição
O SENTIDO DO LUGAR
Alunos do 1º Ano de Design Multimédia
Org. Francisco Paiva, Mónica Romãozinho, Joana Marques e Susana Lemos
Faculdade de Artes e Letras, Antiga Tipografia
O Sentido do Lugar. Poéticas gráficas sobre e na Paisagem, é a apresentação ao público de um conjunto de projetos artísticos através do Desenho sobre o tema da Paisagem, realizados nas unidades curriculares de Desenho I e II, por alunos/as da licenciatura de Design Multimédia na UBI. Aqui, a Paisagem pode ser simplesmente encarada como representação da natureza ou género pitoresco ou, em última análise, entendida como artifício que liga um lugar ou o território à cultura humanística de quem o regista e experimenta. Os projetos apresentados implicaram por parte dos/as alunos/as um contacto direto com um espaço escolhido por cada um/a, obedecendo a critérios pessoais de significação e sentido e à recolha de elementos gráficos e registos fotográficos, trabalhados à posteriori em contexto de sala de aula. Pretendeu-se com este exercício familiarizar os/as alunos/as com os diversos modos e técnicas de representação da paisagem, nos seus aspetos formais, estruturais, espaciais, variantes tonais e cromática, assumindo um claro pendor pessoal e experimental, tendo em vista a problematização de um dos binómios: Apropriação/Paisagem; Lugar/Sujeito; Sentimento/Projeção; Caminho/Caminhante; Percurso/Pegada; Natural/Artificial; Paisagem/Ecologia; Forma/Espaço; Tonalidade/Cor; Luz/Sombra; Mapeamento/Simbologia; Unidade/Diversidade
A participação no evento (Simpósio e Exposições) é aberta e gratuita, mas a inscrição é obrigatória, até ao dia 19 de Novembro, através de email para o efeito dirigido a montanhamagica@labcom.ubi.pt, indicando nome e afiliação.
A participação nas residências, mediante prévia seriação, carece do pagamento da taxa indicada, por transferência bancária a favor da Universidade da Beira Interior para:Francisco Paiva, FAL Universidade da Beira Interior PT
Rita Sixto, FBA Universidad del País Vasco / Euskal Herriko Unibersitatea ES
António dos Santos Pereira, FAL Universidade da Beira Interior PT
António José Santos Meireles, Instituto Politécnico de Bragança PT
Adriana Veríssimo Serrão, FL Universidade de Lisboa PT
Alastair Fuad-Luke, University of Bozen-Bolzano IT
Ana Leonor Madeira Rodrigues, FA Universidade de Lisboa PT
Carmen Bellido Márquez, FBA Universidad de Granada ES
Carmen Marín Ruiz, FBA UC Madrid Grupo Humanidades Ambientales ES
Eduardo Paz Barroso, Universidade Fernando Pessoa PT
Fernando Garcia-Dory, inland - art, agriculture & territory ES
Francisco Tiago A. Paiva, FAL Universidade da Beira Interior PT
Hélène Saule-Sorbé, FBA Université Bordeaux 3 FR
Jesús Osório, FBA Universidad de Granada ES
João Carlos Correia, FAL Universidade da Beira Interior PT
João Paulo de Araújo Queiroz, FBA Universidade de Lisboa PT
Joaquim Mateus Paulo Serra, FAL Universidade da Beira Interior PT
Josu Rekalde Izagirre, FBA Universidade do País Basco ES
Juan Guardiola Román, Centro de Arte y Naturaleza, Huesca, ES
Luís Nogueira, FAL Universidade da Beira Interior PT
Manuela Penafria, FAL Universidade da Beira Interior PT
Manuela Pires da Fonseca, A Ribeira a Gostar dela Própria PT
Miguel Bandeira Duarte, EAAD Universidade do Minho PT
Miguel Santiago Fernandes, FE Universidade da Beira Interior PT
Pedro Gadanho, MAAT, Museu de Arte Arquitectura e Tecnologia PT
Paulo Luís Almeida, FBA Universidade do Porto PT
Paulo Manuel Ferreira da Cunha, FAL Universidade da Beira Interior PT
Paulo Oliveira Freire Almeida, EAAD Universidade do Minho PT
Paloma Villalobos, FBA Universidad Complutense de Madrid / Matadero ES
Rita Salvado, FE Universidade da Beira Interior PT
Rita Sixto Cesteros, FBA Universidad del País Vasco ES
Tiago Fernandes, FAL Universidade da Beira Interior PT
Txemi García Mediero, FBA Universidad del País Vasco ES
Urbano Mestre Sidoncha, FAL Universidade da Beira Interior PT
Veva Linaza Vivanco, FBA Universidad del País Vasco ES
LABCOM - Grupo de Artes - Universidade da Beira Interior, Covilhã, Portugal
LaSIA, Universidade do País Basco, Bilbau, Espanha
Francisco Paiva, Coordenação Geral / francisco.paiva@labcom.ubi.pt
Mércia Pires, Secretariado / mercia.pires@labcom.ubi.pt +351 275 242 023 / ext. 1201
Sara Constante, Design e Apoio à investigação / sara.constante@labcom.ubi.pt
Beatriz Botelho, Design, Web Developer e Informática / beatriz.botelho@labcom.ubi.pt
João Tavares, SysAdmin e Web Developer e Informática / admin@labcom.ubi.pt
A Ribeira a Gostar dela Própria, São Domingos, Covilhã, http://www.ribeiradesaodomingos.ubi.pt/
Associação LUZLINAR, Feital, Trancoso, http://www.luzlinar.org/
Centro de Arte Contemporânea Graça Morais (CACGM) / Laboratório de Artes na Montanha, Bragança
CDAN - Centro de Arte y Naturaleza. Fundación Beulas, Huesca - www.cdan.es
Covilhã, Cidade Criativa da UNESCO em Design - www.covilhacriativa.com
COOLABORA - Cooperativa de Intervenção Social www.coolabora.pt
Cursos de Design Multimédia, 1º e 2º Ciclo, UBI https://www.ubi.pt/curso/33
Cursos de Cinema, 1º e 2º Ciclo, UBI https://www.ubi.pt/curso/57
Doutoramento em Media Artes da Universidade da Beira Interior. http://media-artes.ubi.pt/
École Supérieure d'art d'Aix-en-Provence, França www.ecole-art-aix
Estrela Geopark UNESCO.
Facultad de Bellas Artes de la Universidad del Pais Vasco, Bilbau, Espanha.www.ehu.eus/es/web/bellasartes
Museu de Lanifícios da Universidade da Beira Interior - www.museu.ubi.pt
New Hand Lab. www.newhandlab.com
Projeto Entre Serras - PES, https://projetoentreserras.wordpress.com
Stellae* Revista de Arte.http://ojs.labcom-ifp.ubi.pt/index.php/stellae
Universidade da Beira Interior
Fundação para a Ciência e a Tecnologia
Câmara Municipal da Covilhã
Câmara Municipal de Vinhais
Águas da Covilhã, EM
Museu de Lanifícios da Universidade da Beira Interior
Estrela Geopark UNESCO
Geral: montanhamagica@labcom.ubi.pt
Universidade da Beira Interior
Faculdade de Artes e Letras
Departamento de Comunicação e Artes
Rua Marquês D'Ávila e Bolama
6201-001 Covilhã, Portugal
MM*2019