Montanha Mágica* Arte e Paisagem

O IMAGINÁRIO DA MONTANHA — Nesta 4ª edição, a plataforma Montanha Mágica* Arte e Paisagem centra-se sobre o tema genérico do imaginário da montanha. Na sua concretude matérica e cambiante aparência, as montanhas revelam todo o Universo, testemunham a transformação do mundo, permitem sentir e compreender as origens. Na sua força telúrica, as montanhas moldam a experiência pessoal e colectiva do território, sendo o seu valor iconográfico simétrico ao da experiência perceptiva e das visões prodigiosas que proporcionam.

Na esteira das edições anteriores, a MM* 2023 pretende uma vez mais promover esse conflito entre a montanha e os sentidos, constituindo-se num lugar de convergência dos eixos da criação, investigação e fruição artística, não apenas em torno de imagens icónicas, mas do que é passível de ser visto e experimentado a partir das montanhas.

Com este horizonte, a MM* promove o desenvolvimento, partilha e apresentação de (1) propostas artísticas heterodoxas e originais, a expor, bem como de (2) comunicações baseadas em práticas criativas, atinentes ao imaginário da montanha, da Serra da Estrela ou de outra serra qualquer. Os projectos artísticos e as comunicações seleccionadas pela comissão científica e artística serão publicadas num número especial da revista Stellae* Revista de Arte / Journal on Arts.

 

MM*2023 © Francisco Paiva / Miguel B. Duarte

Simpósio

MONTANHA MÁGICA* ARTE E PAISAGEM

LIVRO DE RESUMOS

 

16 NOVEMBRO 2023 (Dia 1/2)

Auditório do Museu de Lanifícios – Real Fábrica Veiga, UBI (Google Maps)

 

14:00 – Abertura

  • Mário Raposo, Reitor da Universidade da Beira Interior
  • André Barata, Presidente da Faculdade de Artes e Letras UBI
  • Sara Velez, Presidente do Departamento de Artes da UBI
  • Anabela Gradim, Directora do Labcom – Comunicação e Artes UBI
  • Miguel Bandeira Duarte, Co-Curador da MM*, EAAD UMinho
  • Francisco Paiva, Coordenador Científico da MM*, FAL DA UBI

 

14:30 – Marcelo Moscheta – Colégio das Artes, Universidade de Coimbra PT

Da Cordilheira ao Pó – toda pedra é uma pequena montanha

 

15:00 – Orlando Vieira Francisco – i2ADS Faculdade de Belas Artes, Universidade do Porto PT
Do Alto das Montanhas Podemos Ver Monumentos Invisíveis

 

15:30 – Susana Lemos – LabCom, iArtes, Universidade da Beira Interior PT
Representações do Invisível: a Montanha como Lugar de Convergência e de Mediação

 

16:00 – Debate

 

16:30 – Jesús Osorio – Facultad de Bellas Artes, Universidad de Granada ES
Na Europa havia leões.

 

17:00 – Shuree Sarantuya – Kunsthochschule für Medien Köln DE
Liminal beings and where they settle

 

17:30 – Inauguração de Exposições
Museu de Lanifícios – Real Fábrica Veiga (v. lista de exposições / instalações infra)

 

 

17 NOVEMBRO 2023 (Dia 2/2)
Auditório do Museu de Lanifícios, UBI (Google Maps)

 

10:00 – Fernando Aranda, LabCom, iArtes, Universidade da Beira Interior PT
Caminos gráficos del Valle del Zêzere

 

10:30 – Alexia Sera – LabCom, iArtes, Universidade da Beira Interior PT
E a humanidade começa a descer a montanha

 

11:00 – Daniel Silvestre – Faculdade de Belas Artes, U. Porto / Escola Superior de Design – IPCA PT
Rio Duro

 

11:30 – Debate

 

12:00 – Shakil Rahim – CIAUD Faculdade de Arquitectura, Universidade de Lisboa PT

Expulsão de Linhas: Desenhos de Viagem à Montanha Sainte-Victoire

 

12:30 – Miguel Bandeira Duarte – Lab2PT/ Escola de Arquitectura Arte e Design, Universidade do Minho
Residência

 

13:00 – Almoço

 

14:30 – Tania de León Yong, Karin Lingnau, Tobias Hartmann, Hans w. Koch, Kunsthochschule für Medien Köln DE
Imaginary patterns, personal myths and narratives

 

15:00- Paulo Luís Almeida – i2ADS, Faculdade de Belas Artes, Universidade do Porto PT
Anemos

 

15:30 – Debate

 

16:00 – Julen Agirre, Veva Linaza, Unai Requejo – LaSIA, Facultad de Bellas Artes Universidad del País Vasco / Euskal Herriko Unibertsitatea ES
Presentación de la publicación basada en la carta de Francesco Petrarca, La ascensión al Mont Ventoux

 

16:30 – Tiago Fernandes, Paulo Cunha, Manuela Penafria e Fernando Cabral – Instituto Politécnico de Bragança / LabCom, iArtes, Universidade da Beira Interior PT
Apresentação do filme “Vestígios” – RAMM 21 (Carolina Justo, Egas Simão, Jean Vargas, Lucas Finotti, Tatiana Guimarães)

 

17:00 – Francisco Paiva – LabCom, iArtes, Universidade da Beira Interior PT
Lançamento do n.º 2 da Stellae* Revista de Arte / Journal on Arts

 

17:30 – Encerramento

Exposições / Instalações

16/11/2023 > 05/01/2024

 

Museu de Lanifícios – Galeria de exposições temporárias / Galeria das Fornalhas 
Curadoria: Francisco Paiva e Miguel Bandeira Duarte

 
Alexia Sera – LabCom, iArtes, Universidade da Beira Interior PTA 
Study in Choreography with Nature 2023. Audiovisual 4’03”
 
Claudia Amandi – Faculdade de Belas Artes, Universidade do Porto
Muito Alto, Agora
 
Cristina Castro – CIEBA Faculdade de Belas Artes, Universidade de Lisboa PT
Eu estava lá?
 
Daniel Silvestre – Faculdade de Belas Artes, U. Porto / Escola Superior de Design – IPCA PT
Rio Duro
 
Helder Gonçalves – LabCom, iArtes, Universidade da Beira Interior PT7 
Cenas Musicais da Vida da Serra da Estrela
 
Jesús Osorio – Facultad de Bellas Artes, Universidad de Granada ES
Prima tutto questo era giungla
 
João Braz – LabCom, iArtes, Universidade da Beira Interior PT / Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias – Departamento de Cinema e Artes dos Media
Montanha de sonhos

José Jesus – CIAC Universidade do Algarve PT
They live
 
Marcelo Moscheta – Colégio das Artes, Universidade de Coimbra PT
Geo_Lógica
 
Maria Carmo Mendes, Pedro Mendonça – LabCom, iArtes, Universidade da Beira Interior / Museu Arqueológico do Fundão PT
Uter(r)us – Visualidades cultuais da Penha (Serra da Gardunha)
 
Miguel Bandeira Duarte – Lab2PT/ Escola de Arquitectura Arte e Design, Universidade do Minho PT
para lá do Tor
 
Paloma Villalobos – Facultad de Artes, Universidad de Chile CL
Guía del veraneante 1952
 
Patrícia Nogueira – LabCom, iArtes, Universidade da Beira Interior PT
im.per.ma.nên.ci.a

Paulo Luís Almeida – i2ADS, Faculdade de Belas Artes, Universidade do Porto PT
Anemos
 
Rita Sixto e Txemi Mendiero – LaSIA, Facultad de Bellas Artes Universidad del País Vasco / Euskal Herriko Unibertsitatea ES
Piedras Ξ […] Ξ Montañas
 
Sílvia Simões – i2ADS, Faculdade de Belas Artes, Universidade do Porto PT
Vulcões
 
Veva Linaza, Julen Agirre Egibar, Unai Requejo – LaSIA, Facultad de Bellas Artes Universidad del País Vasco / Euskal Herriko Unibertsitatea ES
Cartas a Petrarca

Convidados

ALEXIA SARA

Através da investigação e práticas artísticas, nutre seu entusiasmo pela paisagem, pelas linguagens audiovisuais e por novas epistemologias, assumindo um papel ativo para a construção, mediante vários códigos de linguagens e expressividades, da ideia da personalidade artística da paisagem. Mestre em Arte e Design para o Espaço Público pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto e licenciada em Sociologia pela Universidade de Coimbra, atualmente frequenta o programa de doutoramento em Media Artes na Universidade da Beira Interior.

 

E a humanidade começa a descer a
montanha

A atual civilização ocidental parece mostrar sinais de esgotamento de sua fórmula. Experimentou sua ascensão junto com as Grandes Navegações e os dois conflitos mundiais do século passado, estendendo seus tentáculos a partir da Europa para todos os cantos do planeta. No entanto, de suas complexidades emergem contradições e derivações conceituais do humanismo, como trans-humanismo, pós-humanismo, o virtual real, matéria e desmaterialização. Neste ensaio debruço-me em conjecturas desconjuntadas reunidas para fins de encontrar algum senso na atual conjuntura de incertezas ou do certo inevitável. Intriga-me o fim da era da insuperabilidade da inteligência humana, a insondável perspectiva de a virtualidade tornar-se a única realidade. Em meio a um clima de mais um conflito mundial, apavora-me a ideia de uma ruptura drástica no equilíbrio de forças das grandes potências, especialmente se considerarmos o enfraquecimento da maior economia do planeta. Assim, a destruição do meio ambiente será apenas um dos capítulos a contar a narrativa da humanidade no processo iniciado de descida da montanha.

CRISTINA CASTRO

(Porto, 1974), vive e trabalha no Porto. A sua obra tem como estrutura a materialização de possibilidades da ideia de fluxo, em desenho e pintura, dando visibilidade àquilo que tendo presença é invisível. Expõe individual e coletivamente desde 1995, com destaque para: Água sobre água, Galeria do Colégio das Artes da Universidade de Coimbra (2023), Arte de Bolso 11º edição, Galeria Sete, Coimbra (2022), XX Bienal Internacional de Arte de Cerveira (2018), 4º Bio-Art Contest, Museu Nacional da Ciência de Gwacheon, Coreia (2016), Motel Coimbra, Galeria Colégio das Artes, (2016), Antipodes, Galeria UNA, Bjãrred, Suécia (2012), Entrada Livre, Galeria 9Arte, Lisboa (2010), Memórias, 1º Mostra de Arte Contemporânea do Côa e Douro Superior (2010), Time Moulds, Galeria UNA, Bjárred, Suécia (2007), Na Linha da Data Internacinal, Galeria Artland, Bombaim, Índia, (2006), Concurso de Artes Plásticas 30º Aniversário do C. C. Brasília, Porto, (2006), entre outros. Membro do CIEBA, Centro de Investigação e de Estudos em Belas-Artes da Universidade de Lisboa e da UniMAD, Unidade de Investigação da ESMAD-IPP. Doutorada em Arte Contemporânea pelo Colégio das Artes da Universidade de Coimbra (2023). Mestre em Museologia e Património Cultural pela Faculdade de Letras U.C. (2009). Licenciada em Pintura pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto (2001). Lecciona na Escola Superior de Media Artes e Design do Instituto Politécnico do Porto.

 

Cum festinatione

Partindo da ideia de que, qualquer vislumbre de uma montanha real não aparece sem a nossa presença, e, assim sendo formando uma mistura de pedra e de carne, pensamos na hipótese de um imaginário impregnado nela, ou seja, em nós. Nesta acepção, localizar a montanha não implica a utilização de instrumentos de mediação, porque este é um território corpóreo, que se escapa a cada movimento. Em torno desta ideia colocamos algumas questões para a problematizar. O que pode ser o imaginário de uma montanha? Qual a sua aparência visível? E, a montanha em si, sem comparsas que a acompanhem, terá o mesmo imaginário? Ou, será ela um repositório de infinitos imaginários, quantos os entes que por ela passaram? E, quanto à sua capacidade de mutação, uma montanha já terá sido um pequeno vale, e os rochedos rijos podem ser originárias de uma amálgama enlameada, ainda assim, a montanha em estádios transitórios guarda um imaginário? Pensando nesta última questão, a montanha pode aludir a um conceito de estádio intermédio, em permanente tensão, um estádio que paira, que se agita num fluxo, em suspensão, que permite atravessamentos. Nesta camaradagem, de portas entreabertas, polarizada, a montanha que vejo permite a entrada de outras montanhas, e até mesmo de estruturas que ainda não são montanhas, mas que a precedem, e de outras que podem já ter sido uma montanha e sucumbiram a uma catástrofe, e ainda de outras que sem serem uma montanha se aparentam com ela. É o caso das massas de sucumbiram a uma catástrofe, e ainda de outras que sem serem uma montanha se aparentam com ela. É o caso das massas de gelo flutuantes.

FRANCISCO PAIVA

Professor Catedrático da área disciplinar de Artes da Universidade da Beira Interior. Doutor em Belas Artes – Desenho pela Universidad del País Vasco / Euskal Herriko Unibertsitatea, licenciado em Arquitectura pela Universidade de Coimbra e licenciado em Design pela Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa. Coordena o Grupo de Artes do LabCom e a comissão instaladora da iA* Unidade de Investigação em Artes da UBI. Criou e dirigiu o curso de 3º Ciclo / Doutoramento em Media Artes da UBI. Desenvolve pesquisa e criação sobre processos espácio-temporais, intermedialidade e identidade nas artes. Participa regularmente em comissões científicas de eventos e publicações especializadas, tendo sido professor visitante em várias escolas europeias. Coordenador científico da DESIGNA, Conferência Internacional de Investigação em Design (designa.ubi.pt), da plataforma Montanha Mágica* Arte e Paisagem (montanhamagica.ubi.pt) e das Jornadas de Investigação em Artes (iartes.ubi.pt). Foi Director Executivo e coordenador do Conselho de Curadoria da Candidatura da Covilhã a Cidade Criativa da UNESCO em Design, aprovada em 2021. Integra a Coolabora, cooperativa de intervenção social.

FERNANDO CABRAL

Fernando Cabral é licenciado e mestre em Cinema, como projeto final de mestrado escreveu e realizou a curta-metragem ”Sussurro”. É docente na Universidade da Beira Interior, onde leciona unidades curriculares na área da Imagem. É membro da comissão organizadora das Jornadas do Cinema em Português. Atualmente, desenvolve o seu projeto de investigação no Doutoramento em Media Artes na UBI.

 

Vestígios

Curta-metragem documental que mergulha na remota aldeia do Sabugueiro, aninhada no coração da serra da Estrela, em Portugal. No meio de paisagens deslumbrantes, o documentário capta a vida dos habitantes da aldeia que chamam ao Sabugueiro a sua casa. Com as suas ruas estreitas, casas antigas e espírito comunitário, a aldeia mantém as tradições e um modo de vida secular, apesar dos desafios colocados pela modernidade e pelo despovoamento.

HELDER GONÇALVES

É licenciado em Composição pela Escola Superior de Música de Lisboa e Doutorado em Ciências da Comunicação pela Universidade da Beira Interior, com uma tese acerca do som no cinema português actual.
Como investigador tem abordado temas ligados à criação musical e sonora para audiovisuais, semiótica e significação musical, cinema e narrativa. É membro do LabCom, colaborador do CESEM e autor do livro O Som e a Música no Cinema Português Contemporâneo – Processos Criativos seguido de entrevistas, editado pela Documenta.
Tem feito diversas composições e arranjos, também música e som para filmes experimentais. Para além de alguns contributos como pianista, tem criado sonoplastias e músicas para peças teatrais estreadas pelo Teatro das Beiras.
Lecciona Som e Design de Som na Universidade da Beira Interior (FAL) e no Instituto Politécnico de Tomar (ESTA); Análise e Técnicas de Composição nos Conservatórios da Covilhã, Fundão e Belmonte.

 

7 Cenas Musicais da Vida da Serra da Estrela

Esta obra sonora é pensada no seguimento do espectáculo multidisciplinar apelidado “Ode à Serra da Estrela”, com música (orquestra e coros) de Helder Filipe Gonçalves e texto (cantado e narrado) de José Luiz Adriano, apresentado por
estruturas de dança, teatro e música do Conservatório Regional de Música da Covilhã.
Tematicamente, explora características da Serra da Estrela, o respeito pela natureza, a preservação de costumes e práticas das comunidades locais e a vontade de lhe prestar homenagem, como elemento milenar que não se pode deixar destruir, nem menorizar.
Daquele espectáculo, serão aproveitados e apresentados momentos enquadráveis no conceito de música programática e também as principais canções. Desta vez toda a sonoridade será gerada em computador, inclusivamente as vozes. Uma combinação do uso de sintetizadores e outros geradores de som, complementada com um design de som com base em transformações digitais, focar-se-á nos seguintes elementos:
1 – AMANHECER (OU UMA HISTÓRIA DE AMOR)
2 – LUGAR DE ENCANTOS MIL
3 – TRADIÇÕES INTEMPORAIS
4 – A LENDA DA ESTRELA
5 – OS SONS QUE EMANAM DA MONTANHA
6 – O FOGO QUE TE CONSOME A ALMA
7 – ESTRELA DO AMANHÃ
Espera-se que, a partir da articulação de música por sintetizadores com variadas sonoridades digitais, se possa transmitir a noção de evolução tecnológica e
modernidade em simbiose com os elementos característicos da Serra, que vêm perdurando e que não se quer deixar acabar. A dramática abordagem aos incêndios tenta manter desperta a necessidade de prevenir e lutar contra tudo o que pode ameaçar a Serra da Estrela e, num sentido abrangente, o Planeta Terra. Em função dos espaços de exposição disponíveis, pretende-se envolver o público visitante com as sonoridades musicais e sonoras “de futuro”, enquanto se desenrola cada um dos sete quadros audiovisuais previstos. Uma hipótese é a apresentação em loop destes sete momentos, num ou em mais espaços consecutivos. Outra, eventualmente em paralelo, consiste na possibilidade de as pessoas poderem definir qual quadro querem explorar e ao qual querem assistir.

GENOVEVA LINAZA

Es pintora y profesora en el Departamento de Pintura de la Universidad del País Vasco (UPV/EHU). Su interés pictórico incide en las posibilidades de acercamiento al paisaje tratando de establecer una recuperación y redefinición de los discursos romántico naturalistas. Ha realizado exposiciones tanto individuales como colectivas en Bilbao, Madrid y Barcelona y disfrutado de becas como por ejemplo la beca de Creación de la Diputación Foral de Vizcaya o la beca de residencia artística en Bilbao Arte.

 

Cartas a Petrarca

El grupo de investigación laSIA tiene como finalidad profundizar en la dimensión investigadora de la práctica artística, puesto que entendemos la práctica del arte como una experiencia de saber. Nos posicionamos en el lugar del sujeto artista, como un lugar de práctica reflexiva, desde donde trazar no tanto un conocimiento teórico, sino una experimentación práctica que permita abrir vías para la creación y exposición de la investigación. En este proyecto, el grupo retoma la carta de Francesco Petrarca, La ascensión al Mont Ventoux, para realizar un ejercicio práctico de creación-investigación. La carta, fechada por Petrarca en 1336, suele considerarse un texto clave en la historia del paisaje; en el relato confluyen la percepción estética de la naturaleza y el peso de la alegoría moral. El trabajo que presentamos se resuelve en una publicación que recoge la propuesta que cada uno de nosotros ha realizado teniendo como referencia base la carta de Petrarca.

JESUS OSÓRIO

É artista plástico, docente e investigador. Licenciado en Belas Artes pela Universidade de Granada e Doutor pela Universidade de Málaga. Actualmente é Professor no Departamento de Desenho da Faculdade de Belas Artes de Granada. Viveu e trabalhou em várias cidades e países, nos quais desenvolveu e expôs projectos muito diferentes, individuais e colectivos, tirando partido desses contextos heterogéneos. Defende a multiplicidade como um rasgo importante da sua identidade artística (e pessoal), tomando-a como base da sua investigação criativa. Trabalha a partir da sua necessidade de propor sempre outras opções, explorando múltiplas variações ou manipulações da realidade. Indaga, brinca, reflecte sobre tudo o que poderia ter sido ou poderia ser, no impossível ou no ainda desconhecido.

 

Prima tutto questo era giungla / Antes tudo isto era selva

“En un tiempo muy pasado, la jungla cubría gran parte de la superficie del continente. Deambulaban animales en libertad por todo el territorio. Leones de primitivas especies coexistían, cada cual con su propia realidad y con su historia. No todos eran reyes de su selva, ni todos tan fieros; no eran todos grandes ni tan fuertes. Vivían ajenos al norte y al sur, y eran anteriores a cualquier frontera. Algunos devoraban todo a su paso, otros eran origen y sustento; algunos eran dominadores y otros vivían subyugados. Todos cohabitaban en cierta calma tensa, rodeados de verde y de agua. Quizá fueron esa selva antigua y sus moradores quienes inspiraron a arquitectos y escultores de otros siglos… En un tiempo muy futuro, la jungla cubrirá de nuevo gran parte de la superficie del continente. Los animales deambularán con libertad por todo el territorio. Los viejos leones de piedra y los de carne y sangre coexistirán, cada cual vivirá su propia realidad y contará su historia. No todos serán reyes, ni serán todos fieros; no serán todos grandes, ni tan fuertes. Vivirán ajenos al oeste y al este, e ignorarán cualquier frontera. Algunos derribarán selvas, otros serán raíz y fortaleza. Convivirán con vestigios de un pasado más árido, con las ruinas de algunos reinos que quisieron ser para siempre. Prima tutto questo era giungla (Antes todo esto era selva) es la visión de un paisaje selvático en el que conviven leones de diferentes épocas, lugares y especies. Es un instante indefinido de una historia en común, algún momento de coincidencia fortuita en cualquier lugar del tiempo. El título y la apariencia del dibujo nos pueden llevar a pensar en un pasado remoto, mientras los vestigios arquitectónicos y otros detalles nos hacen percibir que quizá sea una representación de un tiempo futuro, cuando la naturaleza retome su espacio y las fronteras humanas vuelvan a perder cualquier sentido.”

KARIN LINGNAU

Artistic, academic staff, assistant professor exMedia / exMedia Lab, Academy of Media Arts Cologne. Science Fiction, Utopia / Dystopia, Algorithmic Alchemy. Academy of Media Arts Cologne.

 

Imaginary patterns, personal myths and narratives

In ‘Imaginary Patterns, Personal Myths, and Narratives,’ we go through an in-situ artistic exploration, delving into the surrounding environment through visits to museums, mountain hikes, and studies of literature encompassing subjects such as wool textiles and azulejos, all within the context of the Serra da Estrela. Our central focus is to interpret the recurring patterns within the mountain landscape, seeking to capture the mountain’s temporal perspective and translate these patterns through sonic practices. Additionally, we search for visual imagery suitable for animated loops and explore the intersections of various pattern levels, which may ultimately be sonified in diverse ways, incorporating electronic elements and on-site found objects.

MARCELO MOSCHETTA

Vive e trabalha em Coimbra, onde desenvolve sua investigação de Doutoramento em Arte Contemporânea no Colégio das Artes da Universidade de Coimbra. é bolsista da FCT com o projeto Ambulatio: ensaios visuais para uma prática errante. Utilizando a prática do fazer artístico com acentuadas referências conceituais, desde o início da sua carreira artística em 2000, o artista cria obras e exposições decorrentes de viagens a locais remotos, onde recolhe elementos e imagens da natureza e os reproduz através do desenho e fotografia, criando instalações e objetos. Recentemente, sua pesquisa está voltada para as principais relações do homem e meio ambiente, tecnologia e memória, identidades e nomadismo. Deslo- camento, Território, Memória são seus principais interesses. Moscheta recebeu vários prêmios e bolsas de pesquisa, incluindo The Pollock-Krasner Foundation Grant (2017), The Drawing Center Open Sessions Program (2015), Bolsa Estímulo FUNARTE (2014), Prê- mio de Fotografia Marc Ferrez (2012) e o júri popular em 2010, entre outros. Em 2013, participou da publicação Vitamin D2, Phaidon Publishing House, uma antologia do desenho contemporâneo.

 

GEO_LÓGICA

Como os cartógrafos, artistas escolhem as bandeiras de suas andanças, pontos de referência que sinalizam os interesses que surgem de seus con- frontos com os variados territórios que atravessam. Na minha trajetória, são pedras que aparecem cada vez mais como elementos que sinalizam a passagem por esses lugares. Pedras que são, ao mesmo tempo, parte e resumo das paisagens encontradas; coisas concretas e metáforas inventadas. Em manuais técnicos de Geologia, normalmente utiliza-se um martelo de geólogo nas fotografias que funcionam como uma escala para as imagens de formações rochosas. Tomando o livro de referência Geologia Geral e retirando dele imagens em que o corpo aparece como medida da paisagem. Essas imagens são então utilizadas com as suas respectivas legendas e a medida do homem e da paisagem é então projetada para fora do campo da imagem. Essa “colagem” cria quase que como uma tabela, um gráfico em que o ponto central é a medida do mundo a partir de si mesmo. A série Geo_lógica, apresentada pela primeira vez na Bienal de Vila Franca de Xira, em 2022, é baseada em imagens coletadas em manuais enciclopédicos e iconográficos, imagens de referência e definições de dicionários (todos ampliados e alterados) e cons- tituem a materialidade das obras. Para essas imagens que se pretendem escultóricas e espaciais, os limites das “pinturas e desenhos” sobre as imagens são avançados para fora da moldura, reforçando assim, as composições e enquadramentos realizados pelo fotógrafos originais dessas imagens, onde a relação figura-fundo sempre pode ser lida como a relação corpo-montanha.

MIGUEL BANDEIRA DUARTE

Professor Auxiliar da Escola de Arquitetura, Arte e Design da Universidade do Minho. É membro investigador do Lab2PT – Laboratório de Paisagem, Património e Território e coordenador do grupo de investigação DeTech. É licenciado em Design de Comunicação (FBAUP/1994) e doutorado em Belas Artes: Desenho (FBAUL/2016). Correntemente realiza Pós-Doutoramento em Media Arts na UBI. Como investigador e artista em Walking Art co-organiza a conferência Drifting Bodies Fluent Spaces (2020) e os workshops The Walking Body (2018/2020/2022/2023). Foi Diretor do Museu Nogueira da Silva (2015-2022). Foi editor da revista PSIAX e coordenou o espaço de difusão do desenho Estúdio UM. Desenvolve o projeto de investigação multidisciplinar Geografias Culturais de Música, Som e Silêncio.

Para lá do Tor: notas sobre o imaginário da montanha

As expressões sobre as montanhas, orografias acentuadas que criam contextos vivenciais e culturais específicos e distintivos, refletem alterações sintomáticas do modo contemporâneo sobre como se experimenta a montanha através dos diferentes paradigmas de pensamento e de imaginário individual e social. Esta reflexividade, numa dimensão especular, está presente, sendo mesmo enfatizada na qualidade da expressão artística. Neste caso, a montanha é apropriada por fora, por dentro, na sua superfície ou interioridade, através das suas formas permanentes de um tempo lento, ou das vivências transformadoras próprias a um tempo rápido. A ideia de montanha é também apropriada discursivamente na sua dimensão metafórica e metonímica, evidenciando um claro deslocamento das morfologias e significados para a ideia como espaço de transformação. No entanto, a experiência em primeira mão, cria um enlaçamento diferente através das relações de carácter ecológico, da participação, da transferência reciproca e da cocriação. Com este último ponto o corpo atua através da dimensão performativa inerente a todas as expressões artísticas, como meio e modo de conceção, de produção de resultados e de uma inequívoca participação e inter-relação com o meio envolvente, o lugar. O pensamento e a experiência artística na montanha permitem reunir um conjunto de questões a partir das quais se confronta outras ações, se incrementa a sensibilidade a uma receção através do reconhecimento da importância do trabalho proveniente do outro.

PATRÍCIA NOGUEIRA

Realizadora de documentários, Professora Auxiliar na Universidade da Beira Interior e investigadora do LabCom. Começou a trabalhar na indústria cinematográfica em 2004, na produção de longas-metragens de ficção e em 2010 decidiu dedicar-se ao documentário ao frequentar o mestrado em Fotografia e Cinema Documental e estrear a sua longa-metragem documental 3 horas para amar, que aborda as visitas íntimas num estabelecimento prisional feminino. O filme ganhou o prémio PrimeirOlhar e foi selecionado para diversos festivais internacionais em Portugal e no estrangeiro. Doutorada em Media Digitais pelo programa internacional UT Austin-Portugal, em 2015 esteve em residência no National Film Board do Canadá e em 2016 foi professora visitante no departamento de Cinema da Universidade do Texas em Austin. É professora convidada da Krzysztof Kieślowski Film School, co-diretora do Festival Internacional de Documentário MDOC e do grupo de investigação europeu Cinema and Contemporary Visual Arts.

 

im.per.ma.nên.ci.a

É uma instalação que parte da transformação de um documentário para um espaço expositivo. Partindo do mesmo material filmado, ambos os projetos retratam uma família que vive no norte de Portugal, no sopé da Serra do Alvão, e que é forçada a mudar-se devido à construção de uma barragem. Começamos por assistir ao quotidiano da família, concentramo-nos nos gestos diários aparentemente banais, conhecemos cada uma das pessoas que ali habitam. Depois, progressivamente, vemos pequenos sinais de mudança, de disrupção, até a família se mudar e restar apenas uma casa (des)habitada pelos sons de quem lá viveu. A instalação divide-se em 4 canais e é composta por um prólogo e três atos. O prólogo mostra-nos imagens da paisagem que rodeia a casa, do nevoeiro sobre a montanha que deixa espreitar as turbinas das torres eólicas, da neblina que sobe do rio até à casa quando os primeiros raios da manhã atingem as ervas molhadas pelo orvalho noturno. Os três atos consistem em: 1) as atividades da família; 2) a disrupção das rotinas quotidianas; 3) a mudança da família. Enquanto o prólogo é projetado no exterior do espaço, num plástico branco translúcido (tal como aqueles que são usados para delimitar espaços de construção), os três atos são projetados no interior nas paredes que rodeiam o espaço. O resultado pretende criar uma intersecção de imagens e sons através da justaposição e da intertextualidade das imagens, permitindo uma experiência imersiva na vida e na mudança da família.

PAULO LUÍS ALMEIDA

Artista, professor associado na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto e investigador integrado do i2ADS – Instituto de Investigação em Arte, Design e Sociedade. É Co-IR do projeto DRAWinU, onde explora o desenho para compreender o movimento do corpo, individual e coletivo, na performance desportiva e artística. Há alguns anos começou a realizar pequenas ações baseadas nos desvios de gestos quotidianos. Percebeu depois que desenhar podia ser uma forma intíma e radical de as pensar, realizar e documentar. A relação entre as práticas do desenho e os contextos performativos passou a estruturar o seu trabalho artístico e investigativo, um ensaio visual contínuo em torno de micronarrativas do quotidiano (algumas com a preten- são inventar fábulas para a vida de todos os dias). O seu trabalho resulta de noções muito simples: a noção narrativa de prova; a trans- ferência e o deslocamento de gestos quotidianos; o desenho como um gesto social.

 

Anemos

Esta apresentação é uma revisão reflexiva sobre “Anemos”, uma intervenção anónima feita com o movimento do vento, no parque eólico da Safra, na Serra da Lousã. A prática que está na sua origem relaciona o posicionamento da Geografia Poética com formas de testar o movimento do corpo em situações de submissão voluntária a obstáculos desnecessários, no contexto do projeto DRAWinU – Desenhar entre Fronteiras na Universidade. Não conseguimos fotografar diretamente o vento. A experiência que dele temos chega-nos sempre em segunda mão, como uma metonímia. Podemos vê-lo indiretamente, nos seus efeitos, como acessórios em movimento. “A causa externa da imagem”: foi assim que Aby Warburg se referiu ao vento como veículo de afeção e pathos, pelo qual acedemos às razões mais íntimas do movimento do corpo, e ao qual reagimos com a “perda da contemplação calma.” No vento, é o movimento que tem prioridade sobre a matéria. Para representar o vento, precisamos de uma dinâmica de fricção. Estas características modificam necessariamente a nossa relação com o ecossistema da montanha, os modos de perceção do lugar e as formas de ligação que com ele estabelecemos. Por isso, o ecologista Aldo Leopold falava da necessidade de pensarmos como uma montanha, superando os limites que uma visão de curto alcance, seletiva e presa ao chão, impõe. Pensar como uma montanha não é prestar atenção às coisas humanas e não humanas, uma a uma, mas procurar as ligações dinâmicas entre elas. É experimentar essas ligações no tempo geodésico das suas transformações. Há uma linguagem da paisagem que molda os comportamentos humanos e não-humanos e organiza as relações entre ambos. Transportamos essa linguagem como um legado no corpo e nas metáforas da nossa própria linguagem. Em Anemos, pretendeu-se articular a intervenção performativa anónima, o desenho de observação e a reflexão crítica para lidar com o impacto que um parque eólico tem no ecossistema de uma montanha e na forma como, através do desenho, nos relacionamos com o vento que molda a paisagem.

ORLANDO VIEIRA FRANCISCO

Artista visual e investigador (i2ADS). Formado em Engenharia Civil, em 2018 concluiu o Doutoramento em Arte e Design pela FBAUP. Investigou como as políticas autoritárias estão presentes na infraestrutura urbana, nas monumentalidades simbólicas e nas estruturas institucionais. Em 2014, realizou o Mestrado em Arte e Design para o Espaço Público sobre expressões políticas das multitudes no espaço público. É investigador integrado no Instituto de Investigação em Arte, Design e Sociedade, editor da revista HUB – Journal in Research in Art, Design and Society, e participa no programa Ateliers Municipais organizado pela Câmara Municipal do Porto. Coordena o projeto transnacional “From the Top of the Mountains We Can See Invisible Monuments” (FCT – CEEC 5a Edição) e trabalha em diferentes coletivos em Portugal, Brasil, Áustria e Bélgica. Atua nos temas de produção do espaço social, mudanças da paisagem e práticas do ativismo ambiental e social.

 

O planalto dos observadores: uma análise sobre o conceito de overview e dos ecossistemas submetidos à produção capitalista

A partir da imagem do fóssil do crânio de um cão encontrado na lama após o rompimento da barragem de Mariana, Brasil, em 2015, neste proposto ensaio, faz-se uma primeira abordagem sobre os problemas de escala, dimensão e efeitos globais da crise climática face ao acontecimento de um dos maiores crimes ambientais da história do país. A história do ciclo económico mineiro, presente nos primeiros momentos da indústria extrativa em Itabira e no Pico do Cauê, também narrados na poesia de Carlos Drummond de Andrade, na fundação e privatização da empresa Vale do Rio Doce, até os processos de mitigação após os episódios de danos ecológicos e sociais, apresenta conteúdo suficiente para uma análise crítica das infraestruturas que permitem a expansão dos ecossistemas submetidos à produção capitalista (Malcom Ferdinand: 2022). Em uma segunda abordagem, evidencia-se o problema epistemológico ao concetualizar a obra Übersicht (1998) de Gerhard Richter e a ideia de “overview” na história da produção de conhecimento, ilustrando os “efeitos do racionalismo ocidental e das disciplinas científicas que trans- formam o ecossistema vivo que constitui uma montanha numa sucessão de transições geo-históricas” (Marina Otero Verzier, para a exposição “Desejos Compulsivos – A extração do lítio e as montanhas rebeldes”, 2023). Por fim, coloca-se a questão do imaginário coletivo sobre a paisagem da montanha frente ao retorno ao natural, às culturas tradicionais, à desaceleração económica e produtiva, quando apresenta-se o distanciamento entre o elemento soterrado e o encontrado após o crime ecológico, os avanços tecnológicos da indústria extrativista e a valorização por uma epistemologia pluriversal.

SHAKIL RAHIM

Arquiteto pela Faculdade de Arquitetura da Universidade Técnica de Lisboa. Doutor em Arquitetura, especialidade Desenho, com a tese “As Funções da Atenção Visual do Desenhador no Fenómeno de Desenho de Observação. Uma Aproximação ao Modelo de Funcionamento Cognitivo”. Professor Auxiliar de Desenho e Desenho Arquitetónico na Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa, Departamento de Desenho, Geometria e Computação. Membro do CIAUD Centro de Investigação em Arquitetura, Urbanismo e Design (FA ULisboa), e membro da comissão editorial da revista científica “The International Journal of the Image” (University of Illinois, Chicago). Estudou Desenho na Accademia d’Arte do Instituto Michelangelo, em Florença, e é autor do livro “O Desenhador Estudos Cognitivos, Artísticos e Fenomenológicos”. Entre outras, participou nas exposições “After Matisse: drawing loves simplicity” (2014) e Inside Montagne Sainte-Victoire (2015).

 

“Expulsão de Linhas”: Desenhos de Viagem à Montanha Sainte-Victoire

Os desenhos foram realizados na viagem feita à Montanha Sainte-Victoire, em 2015, num contexto alargado para visitar a Aix-en-Provence de Cézanne. O encontro com a Montanha, há muito esperado, desencadeou uma pulsão criativa antecipada. Os desenhos sucederam-se por longos períodos, em coordenadas diferentes e em diversas aproximações e ângulos. Abro aqui uma amostra desses registos, feitos num mesmo bloco A3 (160 g/m2), em contínua expulsão de linhas e rotações de grafites e pasteis (materiais de bolso, de número reduzido), com rapidez e velocidade gráfica, e na tradição do desenho de paisagem ao ar livre. A Montanha Sainte-Victoire, como acidente geográfico, confirma o gigante deitado e as noções de fronteira e de obstáculo ao horizonte. Do lado oculto desencadeia mistério e expectativa de um novo mundo; no topo espera pelo toque do céu e pela vista panorâmica. De Cézanne relembro a densidade volumétrica, força estrutural e geometria fraturada, numa vertigem e latente explosão, que tomou conta do desenho. Por fora da Montanha, mas sobretudo por dentro, os desenhos procuram decompor o caráter impenetrável e imóvel, e abrir o traço à fluidez da experiência e do movimento pedestre. O compasso de respiração dessa temporalidade humana reconfigura a paisagem uniforme da moldura montanhosa, assim como a homogeneidade da cor e da textura. A composição espacial mergulha na perspetiva não linear, e a modelação formal da arquitetura da paisagem é ordenada por segmentação de planos e amplitude de vazios, com funções de variação de profundidade. A mão visível, potenciada pelo grão do papel e pelasintensidades e espessuras do traço, captura o momento da sensação visual na expressão da atmosfera. A decomposição da Montanha faz-se por ritmos que aceleram o olhar, numa vibração cromática sem mancha, em rutura com a sensação de estabilidade do maciço. As sombras das faces da Montanha que criam uma nova criatura tornam-se aqui uma matéria única dissolvida nos contornos de descontinuidade da luz (de Sul). O peso visual leva-nos à experiência da imensidão física e da solidão cultural, nas quantidades de espaço desocupado com graus de densidade, como se o horizonte oculto e a falta de referências nos colocasse num labirinto de forças óticas. O traço do desenho procurou essa flutuação de peso, densidade e sucessão, num desígnio de redução e simplicidade visual. Enquanto proposição poética e recurso simbólico, os desenhos sublinham o significado da Montanha-Ilha, entre a possibilidade física-estrutural e o imaginário de abstração plástica atmosférica, quase sem tempo e sem lugar.

SÍLVIA SIMÕES

Nasceu no Porto, em 1974. Iniciou a atividade docente no ensino superior em 1999 na Escola Superior de Design de Matosinhos. Ingressa como Assistente convidada na Faculdade de Belas Artes do Porto em 2000 onde continua como Professora Auxiliar. No ano 2020/22 esteve envolvida na equipa da criação do Curso de licenciatura de Desenho da Faculdade de Belas Artes do Porto que terá início no ano letivo 2022/23. Assume diversos cargos de gestão sendo os mais relevantes a Presidência do Conselho Pedagógico e Membro do Senado da Universidade do Porto desde 2015. No contexto da Investigação para além de fazer parte do Conselho Científico do Centro de Investigação e ter sido membro da Direção faz parte da equipa do projeto de investigação “DRAWinU – DRAWING ACROSS UNIVERSITY BORDERS” (PTDC/ART-OUT/3560/2021) tendo a seu cargo a responsabilidade da área da Engenharia. Como artista plástica expõe com regularidade desde 1995. Dedica-se fundamentalmente às questões inerentes da construção e idealização da paisagem, reivindicando um posicionamento critico às alterações climáticas o seu trabalho explora o impacto das paisagens catastróficas no corpo, os modos de espectador e a imaginação material da paisagem.

 

Vulcões

A série “Vulcões” surge em 2018 após a segunda viagem a Chã das Caldeiras. Esta série é alimentada por várias alternativas gráficas que procuram a partir da ideia de construção de paisagem, encontrar o incentivo para a criação de gestos e imagens que já não são do universo do ver, mas do recriar a realidade. A condição é outra. É a condição de renomear, de dar uma outra forma e uma outra visibilidade ao que se vê e sente. O desenho é o meio que dá corpo à necessidade de partilhar com os outros, e, de reconsiderar aquilo que se viveu. Já não se trata de ver e conhecer, mas sim de interpretar, de reconhecer nos materiais, nos gestos, nos grafismos uma outra dimensão da representação

TANIA DE LEÓN

Is a Mexican visual artist dedicated to experimental animation, drawing, and engraving. Her artistic work has been exhibited in different cultural spaces, in different countries: Canada, Germany, Poland, Uruguay, Taiwan, Cuba, Argentina, Brasil and Spain. Her animation films have been projected in different festivals, such as: Experimental Film Festival, Festival de Cine Experimental de Bogotá, Animac Lleida, Animasivo, among others. Her more recent animated project is Chronographs. A Personal Digest of Time. In 2005 Tania obtained the PhD in Fine Arts specialized in Expressive, Formal and Spatial-Temporal Components of Animation, at the Universidad Politécnica de Valencia (UPV), Spain. Before that, she acquired a Master Degree in Multimedia Production for the Internet at the same university. She also has Master Degree in History of Art and a Bachelor’s Degree in Visual Arts both from the Universidad Nacional Autónoma de México (UNAM). In 2013 she was honored with one of the most important academic awards in Mexico, the National Acknowledgment for Young Academic (Reconocimento Universidad Nacional para Jóvenes Académicos UNAM). Teaching experience: Facultad de Artes y Diseño –UNAM-, Tecnológico de Monterrey CCM ITESM, Mexico City, and Universitat Jaume I at Castellon, Spain.

 

Imaginary patterns, personal myths and narratives

In ‘Imaginary Patterns, Personal Myths, and Narratives,’ we go through an in-situ artistic exploration, delving into the surrounding environment through visits to museums, mountain hikes, and studies of literature encompassing subjects such as wool textiles and azulejos, all within the context of the Serra da Estrela. Our central focus is to interpret the recurring patterns within the mountain landscape, seeking to capture the mountain’s temporal perspective and translate these patterns through sonic practices. Additionally, we search for visual imagery suitable for animated loops and explore the intersections of various pattern levels, which may ultimately be sonified in diverse ways, incorporating electronic elements and on-site found objects.

CLÁUDIA AMANDI

Nasceu no Porto, 1968. Doutoramento em Desenho, Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, 2010, Provas de Aptidão Pedagógica e Capacidade Científica, Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, 2001; Pós Graduação em Arte Multimédia, Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, 2000. Desde 1996 é docente do Departamento de Desenho na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto. Bolsa de Investigação em Gravura pela Fundação Calouste Gulbenkian entre 1994-1996; Bolsa de Estudo pela Fundação Calouste Gulbenkian entre 1991-1993. Licenciatura em Artes Plásticas – Escultura pela Escola Superior de Belas Artes do Porto, 1993.

Muito Alto, “E muito alto, por cima das árvores, era a escuridão enorme e redonda do céu”

A partir das palavras de Sophia de Mello Breyner Andresen, a narrativa encontra elementos paisagísticos e abstratos. Por entre os buracos feitos na folha de papel projeta-se a luz nas paredes como estrelas. Uma das folhas encontra-se furada deixando passar a luz, mas a outra não. Existe uma relação de duplo e de oposição entre a noite como figura transparente e cintilante e a noite como escuridão opaca. O universo encantado das palavras de Sophia é depurado numa linguagem de vestígios figurativos e indicações dispersas de paisagem.
(Paulo Freire de Almeida, 2023)

Agora, “Agora, toda a floresta se iluminava (…) grandes raios de luz passavam entre os troncos e as ramagens”
Partindo de um fragmento do conto “O Cavaleiro da Dinamarca”, de Sophia de Mello Breyner Andresen, os motivos gráficos aludem a “troncos e ramagens”, numa figuração abstratizante, por onde se evidencia a passagem de luz. Diversamente de uma aproximação meramente ilustrativa, as imagens correm em paralelo com as palavras numa associação onde cada forma de linguagem se mantém intacta na sua própria relação com o espectador. Entre ver e imaginar, reservam-se possibilidades de recriação da paisagem. Esse paralelismo resulta de um efeito de intensidade e até mesmo urgência, indicado no termo “agora”. Essa urgência exprime-se, por um lado, no ritmo conciso das palavras de Sophia. E por outro, na execução direta e decidida do desenho, onde os traços negros abrem luz na folha de papel.
(Paulo Freire de Almeida, 2023)

DANIEL SILVESTRE

Licenciado em Artes Plásticas (ESAD Caldas da Rainha), Mestre em Desenho (FBAUP) e Doutor em Artes Plásticas (FBAUP). Professor convidado de desenho na Escola de Design do IPCA (Barcelos) e na Faculdade de Belas-Artes da Universidade do Porto. Exerce atividade de ilustrador editorial desde 2006, tendo ilustrado, entre outros, textos de Alice Vieira, Ana Saldanha, João Pedro Mésseder, José Luís Peixoto, Machado de Assis, Sophia de Mello Breyner Andresen e Raúl Brandão.

 

Rio Duro

Rio Duro é um álbum ilustrado em desenvolvimento, que representa diferentes aspetos da geografia e cultura duriense. A ideia seminal para este projeto surgiu na sequência do processo de pesquisa e criação de desenhos murais para a exposição Douro: Terra e Atmosfera, organizada pelo Museu da Cidade (Porto) e que teve lugar no Museu do Vinho do Porto em 2021. Iniciado em Agosto de 2022, o projeto Rio Duro apresenta-se como um álbum de imagens sem texto, cuja narrativa é construída numa lógica de montagem sequencial, explorando diferentes momentos da vida do rio Douro, que vão desde a sua formação geológica em que a água cava a rocha à transformação da paisagem pelos homens através dos processos de surriba

FERNANDO ARANDA

Fernando Aranda, licenciado en Artes Visuales por la Universidad Nacional Autónoma de México, Mestre en Pintura por la Universidad de Lisboa. Como artista plástico trabaja el paisaje natural y la ecología holística en la pintura, el dibujo, el grabado, la fotografía y en la instalación pictural. Ha participado en 30 exposiciones colectivas en America y Europa. También realizó 7 exposiciones individuales. Actualmente es doctorando en Media-Artes en la Universidad da Beira Interior y es becario por la Fundação para a Ciência e a Tecnologia en Portugal.

 

Caminos gráficos del Valle del Zêzere

El sufijo grafía, de origen griego y derivado a las lenguas latinas, se refiere, en términos artísticos, a la capacidad de expresarse por lo gráfico a través de una técnica o herramienta específica, por ejemplo, la calcografía: grabar en metal; la fotografía: imprimir una imagen utilizando la luz (y de substancias químicas). También el verbo graficar1tiene la misma raíz y se refiere a la acción de representar algo con trazos, calidades de líneas, manchas, formas, es decir, es el terreno del dibujo. En el presente trabajo hacemos el recuento de las diversas andadas en la obra gráfica -fotografías, dibujos y grabados- realizada en los últimos tres años en torno al paisaje el Valle del Zêzere.

HANS W. KOCH

Hans W. Koch (*1962), composer and sound artist. Studied music, history and physics at the Pädagogische Hochschule Weingarten from 1984 to 1988 and composition at Hochschule für Musik und Tanz Köln, with Johannes Fritsch, from 1988 to 1995. Since his time as a student he has engaged intensively with the work of John Cage and Morton Feldman, also as a performer. Further important impulses have emerged from his studies of Giacinto Scelsi and Janis Christou, which have also been published. He also pursues research on composers on the edge of the mainstream, such as Nicolai Obouchow and Leni Alexander. Artistically he is interested in the creation of sound and structure as a process, also in the search for hidden aspects of everyday objects. This also extends to the use of computers as musical instruments in a very literal sense. “I see art in general as the shaping of thoughts in different materials. Personally I favour conceptual approaches: more thought, less material.” 2007 visiting professor of composition and experimental sound practices at California Institute of the Arts, Los Angeles. Since 2012, lecturer in hybrid sound composition and extended systems at Robert Schumann University of Music and Media Düsseldorf. He also curates concerts and sound art events in Cologne such as BrückenMusik from 1999 to 2012, and within the framework of Reihe M since 2009, and has been a member of the board of “ON – neue musik köln” since 2010. His work has been presented at various festivals and by different broadcasters both nationally and internationally.

 

Imaginary patterns, personal myths and narratives

In ‘Imaginary Patterns, Personal Myths, and Narratives,’ we go through an in-situ artistic exploration, delving into the surrounding environment through visits to museums, mountain hikes, and studies of literature encompassing subjects such as wool textiles and azulejos, all within the context of the Serra da Estrela. Our central focus is to interpret the recurring patterns within the mountain landscape, seeking to capture the mountain’s temporal perspective and translate these patterns through sonic practices. Additionally, we search for visual imagery suitable for animated loops and explore the intersections of various pattern levels, which may ultimately be sonified in diverse ways, incorporating electronic elements and on-site found objects.

JOÃO BRAZ

Nasceu em Lisboa em 1969 e formou-se pela Escola Superior de Teatro e Cinema. Com 30 anos de experiência no cinema, montou 120 filmes, entre longas metragens de ficção, documentários e séries de ficção para televisão. Trabalhou com cineastas como João Canijo, Cláudia Varejão, João Botelho, Fernando Vendrell, Leonor Teles, Margarida Gil, Marco Martins, José Filipe Costa, António Cunha Telles, Jorge Paixão da Costa e Margarida Cardoso entre outros. Venceu por cinco vezes o prémio Sophia para Melhor Montagem da Academia Portuguesa de Cinema. Membro do Guild of British Film Editors. Doutorado em Media Artes pela Universidade da Beira Interior. Professor auxiliar na Universidade Lusófona em Lisboa.

 

Montanha de sonhos

And nothing can stop us! Not even the snows of winter,
nor the peaks of the highest mountain.
(John Wayne as Breck Coleman – The Big Trail (1930))

Montanha de sonhos é uma videoinstalação baseada numa montagem de dezenas de imagens do logotipo animado da Paramount Pictures, a mais antiga produtora e distribuidora de cinema norte-americano a funcionar desde 1912. Este símbolo comercial representado por uma montanha e um conjunto de estrelas, apesar de pequenas variações, manteve-se semelhante ao longo de 111 anos. Um século que corresponde à ascensão e domínio do poder cultural por parte dos Estados Unidos da América a par do poder económico e militar. O elemento central do símbolo da Paramount é uma montanha, esta montanha é uma
representação de um território de sonhos que o cinema norte americano projetou durante mais de cem anos. Estes sonhos, disseminados pelo mundo, foram o veículo de imposição de um modo de vida e sociedade desejados por todos como forma de alcançar a felicidade que esse modelo
representava. A montanha da Paramount é uma paisagem imperial, um maciço de sonhos, mas também de pesadelos. Ela é materialização da imposição do poder de uma nação e de como esse poder procurou mudar o mundo no ultimo século.
Durante esta instalação, enquanto observamos as variadas formas da montanha da Paramount, podemos ouvir um chamamento para a oração em Herat, no coração do Afeganistão. As montanhas deste país já foram abandonadas pelos militares norte-americanos e estão agora silenciosas, a montanha da Paramount continua a produzir sonhos ininterruptamente e está presente e visível em todo o lado, incontornável e inconquistável.

JOSÉ JESUS

Licenciatura e Mestrado em arte multimédia pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa. Desenvolve trabalho multidisciplinar entre as artes visuais, a musica, cinema, cenografia, programação e produção cultural. É tutor do curso de realização de Cinema e T.V da ETIC_Algarve e frequenta o doutoramento em media-arte digital. Trabalha e vive na cidade onde nasceu.

 

How the Rich Live

No seguimento do meu trabalho mais recente, esta instalação continua a explorar a temática da ocupação espacial, propriedade, acesso e previlégio. Dentro do universo da paisagem nas artes plásticas, a sua ocupação e habitabilidade foram temas centrais afetas à critica capitalista, nas ultimas décadas. O espaço, hoje, integrando o universo da paisagem de uma forma nunca antes observada, apresenta-se como o novo lugar para expansão. Vislumbrando-se inclusive o turismo espacial do qual apenas os mais previligiados poderam aceder até agora. Esta torre giratória, como um farol, projeta sobre as paredes do espaço, acima das nossas cabeças, o que podemos ver como uma aurora boreal. Este fenómeno atmosférico que poucos têm o previlégio de testemunhar torna-se metáfora do fascinio da expansão espacial. Esta Aurora, gerada através da adulteração de imagens das redes sociais primeiros turistas espaciais, apresenta-se como a imagem hipnotizante que lá em cima brilha e nos atrai.

JULEN AGIRRE EGIBAR

Es artista, docente e investigador. Se doctoró en 2017 y actualmente es profesor en el Departamento de Escultura de la UPV/ EHU. Su investigación se centra en torno a las inquietudes del arte contemporáneo actual, y en ese recorrido atraviesa por diferentes disciplinas. Principalmente, su práctica artística la desarrolla partiendo desde el dibujo aunque luego también se acerca a otras disciplinas. En los últimos años ha participado tanto en exposiciones colectivas como individuales. Ha recibido varias becas y premios, como la beca de estancia artística en Center for Basque Studies de la Universidad de Reno o el premio en la Euskal Zine Bilera entre otros.

 

Cartas a Petrarca

El grupo de investigación laSIA tiene como finalidad profundizar en la dimensión investigadora de la práctica artística, puesto que entendemos la práctica del arte como una experiencia de saber. Nos posicionamos en el lugar del sujeto artista, como un lugar de práctica reflexiva, desde donde trazar no tanto un conocimiento teórico, sino una experimentación práctica que permita abrir vías para la creación y exposición de la investigación. En este proyecto, el grupo retoma la carta de Francesco Petrarca, La ascensión al Mont Ventoux, para realizar un ejercicio práctico de creación-investigación. La carta, fechada por Petrarca en 1336, suele considerarse un texto clave en la historia del paisaje; en el relato confluyen la percepción estética de la naturaleza y el peso de la alegoría moral. El trabajo que presentamos se resuelve en una publicación que recoge la propuesta que cada uno de nosotros ha realizado teniendo como referencia base la carta de Petrarca.

MANUELA PENAFRIA

Docente na área de cinema, na Universidade da Beira Interior. É membro do conselho científico de revistas portuguesas e brasileiras. Participa regularmente na organização e na comissão científica de eventos. É membro do Conselho Consultivo da AIM-Associação dos Investigadores da Imagem em Movimento onde co-coordena o GT “Teoria dos cineastas”

 

Vestígios

Curta-metragem documental que mergulha na remota aldeia do Sabugueiro, aninhada no coração da serra da Estrela, em Portugal. No meio de paisagens deslumbrantes, o documentário capta a vida dos habitantes da aldeia que chamam ao Sabugueiro a sua casa. Com as suas ruas estreitas, casas antigas e espírito comunitário, a aldeia mantém as tradições e um modo de vida secular, apesar dos desafios colocados pela modernidade e pelo despovoamento.

MARIA DO CARMO MENDES

Nasceu em Elvas, em 1976, e reside na aldeia de Barco, concelho da Covilhã. É licenciada em Artes Plásticas – Pintura, pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa (2002), mestre em Arte, Património e Teoria do Restauro, pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (2010), e doutorada em História, na especialidade de História da Arte, pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (2016). Os seus interesses de investigação focam-se no estudo da cultura visual e das suas sacralidades, incidindo particularmente na pintura e nos períodos moderno e contemporâneo, com vários estudos publicados. É, desde 2016, professora auxiliar convidada do Departamento de Artes da Faculdade de Artes e Letras da Universidade da Beira Interior.

 

Visualidades cultuais da Penha (Serra da Gardunha)

A formação geológica triangular denominada Lapa de Nossa Senhora da Penha reporta-nos para lendas que se perdem no tempo. A sua forma destaca-se no contorno da Serra da Gardunha, abrindo-nos um campo visual de campinas a sul e, a norte, a Cova da Beira, limitada pela Serra da Estrela. Neste local terão convergido, desde tempos remotos, leituras cosmogónicas. Para os povos da Idade do Bronze, as elevações montanhosas possuíam um grande significado simbólico pois aproximavam os céus e os deuses, e regionalmente existem indícios de culto a uma tríade divina ligada aos ciclos de fertilidade, tutelada pela deusa Trebaruna e pelos deuses Arentius e Quangeius. Trebaruna, deusa das batalhas, da vitória, da casa e da família, continuou a ser cultuada durante a romanização. No contexto regional, outro deus manteve o culto: Igaedus, venerado pelo grupo étnico Igaeditani. Na área ocupada por este povo foi fundada, após a reorganização territorial do Império Romano, a Civitas Igaeditanorum, cuja relevância regional se manteve após a queda da Pars Occidentis, no século V, com a ocupação visigótica, a cristianização e renomeação para Egitânia. Aquando da invasão árabe no séc. VIII, ter-se-ão os cristãos da Egitânia refugiado neste lugar e terão re-sacralizado a lapa com uma imagem da Virgem. Essa imagem paleocristã terá ficado no local e terá produzido um milagre que aconteceu, séculos depois, a uma criança da localidade de Alcongosta que na Serra se perdeu, e que nessa lapa se achou, afirmando que, durante todo o tempo, a “Senhora” a acarinhou e a alimentou na sua “casa”. A teofania manifesta neste lugar conduziu à construção de uma ermida junto à lapa, desconhecendo-se se se manteve a imagem paleocristã original; contudo, contendas entre as populações limítrofes conduziram a que, no séc. XVII, o bispo da Guarda D. Rodrigo de Moura Teles ordenasse a destruição da ermida. Esta foi, entretanto, reconstruída, mas a devoção foi esmorecendo; hoje, perde-se entre a destruição e o abandono. O projecto fotográfico pretende reunificar os vestígios da sacralidade que, in illo tempore, existem neste lugar. Inspirando-nos na forma da divina tetraktys, convertemo-la em alegoria projectada em dez fotografias da Penha, onde a Terra se une ao Céu e ao símbolo de fertilidade que se inscreve na lapa – o útero onde o ciclo da vida se completa. Lugar de renascimento(s).

PALOMA VILLALOBOS

Es artista visual, doctora en Bellas Artes por la Universidad Complutense de Madrid y actual investigadora postdoctoral ANID/FONDECYT de la Universidad de Chile. Ha recibido distintas becas y distinciones, y ha expuesto a nivel nacional e internacional. Su trabajo artístico y académico aborda las relaciones entre práctica artística, cultura visual y desastres socionaturales.

 

Guia del veraneante 1952

Es una obra/investigación que revive y reproduce ciertas fotografías de la “Guía del veraneante 1952», libro editado en cuatricromía por Ferrocarriles del Estado de Chile que muestra la naturaleza y los sitios turísticos del centro-sur de aquella época. Esta obra surge a raíz del hallazgo por entre los libros de mi padre de esta guía turística publicada cada año desde 1932 a 1962. A partir de algunas de sus imágenes realizo dos operaciones: fotografío detalles de los paisajes de fondo de las escenas y, en otras, borro figuras humanas. La obra sugiere cómo a partir de la dictadura cívico-militar chilena en 1973, distintos servicios públicos fueron desmantelados o pasaron a ser parte de empresas privadas. Ferrocarriles del Estado de Chile, entidad en el que trabajaba mi abuelo paterno, fue una de ellas, desapareció a mediados de los años setenta cuando el gobierno militar privatizó los medios de transporte y sus principales inversionistas lograron monopolizar el transporte público y fomentar la compra de vehículos particulares. Este acontecimiento produjo un radical aumento de las emisiones contaminantes en todo el país, los nuevos transportes usaban motores a base de gasolina, además los tratados de libre comercio impuestos por una economía neoliberal, produjeron la importación masiva de vehículos motorizados y la pavimentación de carreteras y caminos que fueron detonando los paisajes. Hasta el día de hoy, las empresas privadas controlan los medios de viaje por el país, siendo camiones, autobuses, aviones y vehículos particulares, todos altamente contaminantes, las únicas vías para acceder a las regiones a lo largo del mapa. Este trabajo es parte de la exposición-publicación Menos por menos es más. Laboratorio de Arte sostenible que propone producir obras con huella cero de carbono, proyecto del grupo de investigación Climatologías del planeta y la consciencia. Arte y cambio climático (facultad BBAA, UCM). En este contexto la “Guía del veraneante 1952» fue tomada como un objeto que desde el pasado permite repensar el actual estado de parajes naturales explotados por décadas y vincularlo a la privatización de los servicios públicos como factor crucial de la crisis medioambiental. Todo esto, ejecutando una obra sin desplazarme, sin comprar ni procesar materiales, con luz natural y así, reducir la huella de carbono que normalmente mis obras arrojan. 1952 emitió un total de 10,16 kilos de Co2.

PAULO CUNHA

Professor Auxiliar na Universidade da Beira Interior, onde dirige o Mestrado em Cinema. É coordenador editorial da Aniki : Revista Portuguesa da Imagem
em Movimento (http://aim.org.pt/aniki/) e co-coordenador do Seminário Temático Cinemas Pós-Coloniais e Periféricos da Socine – Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema
e Audiovisual. É programador nos festivais internacionais de cinema Curtas Vila do Conde e Porto/Post/Doc.

 

Vestígios

Curta-metragem documental que mergulha na remota aldeia do Sabugueiro, aninhada no coração da serra da Estrela, em Portugal. No meio de paisagens deslumbrantes, o documentário capta a vida dos habitantes da aldeia que chamam ao Sabugueiro a sua casa. Com as suas ruas estreitas, casas antigas e espírito comunitário, a aldeia mantém as tradições e um modo de vida secular, apesar dos desafios colocados pela modernidade e pelo despovoamento.

PEDRO MENDONÇA

Possui bacharel em Biotecnologia (Ramo Alimentar), bacharel em Engenharia Biotecnológica, e licenciando em História. Integra, desde 2002, os quadros do Município do Fundão, colaborando inicialmente na área da Água para Abastecimento e Consumo Humano, e posteriormente na área do Património, integrando, desde a sua génese, o Museu Arqueológico Municipal José Monteiro. Aqui desenvolve trabalhos desde vão desde a museologia até às técnicas práticas de arqueologia de campo, com maior incidência no campo da Arqueologia Experimental. Amante da natureza e Fotógrafo amador, os seus trabalhos têm integrado várias exposições, nas quais se tem destacado com prémios e menções honrosas.

 

Visualidades cultuais da Penha (Serra da Gardunha)

A formação geológica triangular denominada Lapa de Nossa Senhora da Penha reporta-nos para lendas que se perdem no tempo. A sua forma destaca-se no contorno da Serra da Gardunha, abrindo-nos um campo visual de campinas a sul e, a norte, a Cova da Beira, limitada pela Serra da Estrela. Neste local terão convergido, desde tempos remotos, leituras cosmogónicas. Para os povos da Idade do Bronze, as elevações montanhosas possuíam um grande significado simbólico pois aproximavam os céus e os deuses, e regionalmente existem indícios de culto a uma tríade divina ligada aos ciclos de fertilidade, tutelada pela deusa Trebaruna e pelos deuses Arentius e Quangeius. Trebaruna, deusa das batalhas, da vitória, da casa e da família, continuou a ser cultuada durante a romanização. No contexto regional, outro deus manteve o culto: Igaedus, venerado pelo grupo étnico Igaeditani. Na área ocupada por este povo foi fundada, após a reorganização territorial do Império Romano, a Civitas Igaeditanorum, cuja relevância regional se manteve após a queda da Pars Occidentis, no século V, com a ocupação visigótica, a cristianização e renomeação para Egitânia. Aquando da invasão árabe no séc. VIII, ter-se-ão os cristãos da Egitânia refugiado neste lugar e terão re-sacralizado a lapa com uma imagem da Virgem. Essa imagem paleocristã terá ficado no local e terá produzido um milagre que aconteceu, séculos depois, a uma criança da localidade de Alcongosta que na Serra se perdeu, e que nessa lapa se achou, afirmando que, durante todo o tempo, a “Senhora” a acarinhou e a alimentou na sua “casa”. A teofania manifesta neste lugar conduziu à construção de uma ermida junto à lapa, desconhecendo-se se se manteve a imagem paleocristã original; contudo, contendas entre as populações limítrofes conduziram a que, no séc. XVII, o bispo da Guarda D. Rodrigo de Moura Teles ordenasse a destruição da ermida. Esta foi, entretanto, reconstruída, mas a devoção foi esmorecendo; hoje, perde-se entre a destruição e o abandono. O projecto fotográfico pretende reunificar os vestígios da sacralidade que, in illo tempore, existem neste lugar. Inspirando-nos na forma da divina tetraktys, convertemo-la em alegoria projectada em dez fotografias da Penha, onde a Terra se une ao Céu e ao símbolo de fertilidade que se inscreve na lapa – o útero onde o ciclo da vida se completa. Lugar de renascimento(s).

RITA SIXTO

Profesora del Departamento de Dibujo de la Facultad de Bellas Artes de la Universidad del País Vasco, ha colaborado en varias ocasiones en proyectos relacionados con el paisaje. Cabe destacar el artículo titulado Paisajes de guerra. Lugares del olvido (Revista Sans Soleil, Vol 9, 2017), escrito tras largos y frecuentes paseos por la Cordillera Cantábrica. En relación al Seminario Serantes como miembros del SIA, viajaron al Mont Ventoux y recogieron esta experiencia en el capítulo titulado “Suertes”, (Díez y Esperasate, memoria(k), Bilbao 2020), que también se presentó en el 2019 edición de la Montaña Mágica*.

PIEDRAS Ξ […] Ξ MONTAÑAS

¿Cómo representaban las montañas los pintores en los tiempos de Petrarca? Si observamos las pinturas de Giotto o de Simone Martini (pintores con los que el escritor tuvo cierta relación: del primero tenía en su casa una Madonna, del segundo fue amigo personal) no deja de sorprender la artificialidad con que construyen el paisaje. Al final de la Edad Media el pintor y teórico Cennino Cennini, escribió un tratado sobre arte en el que hacía la siguiente recomendación: “Del modo de copiar una montaña del natural”: “Si quieres conseguir buenas imágenes de montañas y que parezcan reales, coge piedras grandes que sean escabrosas y sin pulir y cópialas del natural, dando las luces y las sombras, tal como te dicte tu buen sentido”. Comenzamos desde aquí un ejercicio que se inicia con el dibujo y se proyecta con vocación de ensayo visual. Queriendo ver en la piedra una montaña y en la montaña una piedra, estableceremos relaciones no previstas que configurarán paisajes tan vividos como inventados.

Cartas a Petrarca

El grupo de investigación laSIA tiene como finalidad profundizar en la dimensión investigadora de la práctica artística, puesto que entendemos la práctica del arte como una experiencia de saber. Nos posicionamos en el lugar del sujeto artista, como un lugar de práctica reflexiva, desde donde trazar no tanto un conocimiento teórico, sino una experimentación práctica que permita abrir vías para la creación y exposición de la investigación. En este proyecto, el grupo retoma la carta de Francesco Petrarca, La ascensión al Mont Ventoux, para realizar un ejercicio práctico de creación-investigación. La carta, fechada por Petrarca en 1336, suele considerarse un texto clave en la historia del paisaje; en el relato confluyen la percepción estética de la naturaleza y el peso de la alegoría moral. El trabajo que presentamos se resuelve en una publicación que recoge la propuesta que cada uno de nosotros ha realizado teniendo como referencia base la carta de Petrarca.

SHUREE SARANTUYA

Is an artist and activist based in Cologne, Germany. She was born and raised in Ulaanbaatar, Mongolia. After completing her bachelor at the Mongolian State University of Arts and Culture, she is currently studying at the Academy of Media Arts Cologne. Her work is based on exten- sive research that leads into an experimental practice in which she uses diverse media to depict the constant transition/migration of a nomadic household to a sedentary lifestyle.

 

Liminal beings and where they settle

Liminal beings are those that cannot easily be placed into a single category of existence. The film takes a comprehensive look at 11 different homes of liminal beings that exist between contemporary nomadism and urban houselessness. After the film, we explore Ulaanbaatar the capital city of Mongolia, which surrounded by four sacred mountains. And take dive into different types sedentary settlements that exist in these mountains.

SUSANA LEMOS

Professora Assistente Convidada na Universidade da Beira Interior. Doutoranda em Média Artes pela mesma universidade. Professora de Desenho e Expressão Plástica – Pintura no Musicentro em Carnaxide. Mestre em Ensino de Artes Visuais pelo Instituto de Educação da Universidade de Lisboa. Mestre em Desenho pela Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa em 2007. Licenciada em Artes Plásticas Pintura pela mesma faculdade em 1997. Membro do Grupo do Risco desde 2008. Docente desde 1994 em diversas escolas privadas e estatais. Coordenou ateliers artísticos em Portugal, França e Holanda. Tem participado em diversas exposições individuais e colectivas em Portugal, Cabo Verde, Espanha e Canadá. Possui trabalhos publicados no campo da ilustração. A sua obra encontra-se representada em Portugal, França, Holanda e Canadá em coleções particulares e estatais. Os seus interesses pessoais e a sua acção criativa, têm-se repartido entre o desenvolvimento do potencial humano e a docência, a pintura, o desenho, a criação de objectos plásticos, a ilustração, o desenho científico e o desenho de campo, sempre numa perspectiva de aprendizagem e crescimento contínuos. Desenvolve, na sua investigação, práticas multidisciplinares que medeiam estados ampliados de consciência na criação plástica.

 

Representações do Invisível: a Montanha como Lugar de Convergência e de Mediação

A partir de um retiro intitulado “La Arte de Canalizar” realizado no CAN -Centro de Arte e Natureza em Farrera, Espanha, entre 7 e 10 de Setembro de 2023, sob a orientação da artista e mediadora Eulalia Valldosera, realizamos um conjunto de obras no decorrer de uma experiência artística, conjunta, seguindo uma linha de trabalho e de autoconhecimento, consentânea com a investigação em arte que desenvolvo atualmente, no doutoramento em Media Artes. Este retiro, presencial, surge como o culminar de um conjunto de formações – Iniciación, Floración e Círculos Cristal que tenho vindo a desenvolver, em formato online, ao longo de quase dois anos, com a Eulalia Valldosera. A prática artística, sobretudo o desenho enquanto sistema de ordenação da mente e do corpo, são convocados nesta partilha onde a dimensão mágica da montanha, também pela sua força telúrica, consagra a prática e, através dela, o olhar, a vibração, a meditação e o registo gráfico. No processo de trabalho, já há muito desenvolvido pela Eulalia Valldosera, somos confrontados com uma visão marcada pela sua vasta experiência, enquanto artista e mediadora, aliando práticas meditativas a estados ampliados de consciência. Desta confluência, a artista é também a mediadora de um processo criativo e espiritual singular.

TIAGO FERNANDES

Doutorado em Media Artes e docente nos cursos de Cinema da Universidade da Beira Interior e de Arte e Design do Instituto Politécnico de Bragança. É licenciado e mestre em cinema e desenvolve regularmente atividade profissional como diretor de som, produtor e realizador, contando com a participação em várias curtas-metragens, documentários, séries, filmes publicitários e institucionais. Na área do audiovisual já colaborou em mais de uma centena de trabalhos, em Portugal e no estrangeiro. Frequentou o curso de Piano no Conservatório de Música do Porto. Integra a Comissão Organizadora das Jornadas Cinema em Português e dos Seminários Internacionais “Escutar Imagens” e “Covilhã: 1921”. É coordenador da Residência Artística Montanha Mágica* e membro da AES – Audio Engineering Society (Nova York); APEA – Associação Portuguesa de Engenharia de Áudio; AIM – Associação de Investigadores da Imagem em Movimento; SOCINE – Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual e da NECS – European Network for Cinema and Media Studies. Nos últimos anos tem publicado com regularidade e participado em vários eventos científicos nacionais e internacionais, por submissão de proposta e por convite.

 

Vestígios

Curta-metragem documental que mergulha na remota aldeia do Sabugueiro, aninhada no coração da serra da Estrela, em Portugal. No meio de paisagens deslumbrantes, o documentário capta a vida dos habitantes da aldeia que chamam ao Sabugueiro a sua casa. Com as suas ruas estreitas, casas antigas e espírito comunitário, a aldeia mantém as tradições e um modo de vida secular, apesar dos desafios colocados pela modernidade e pelo despovoamento.

TOBIAS HARTMANN

Electroacoustic Music & Research. 2012 Bachelor of Music – Composition Elecronic Music / HfMT Cologne. 2013 1. First State Exam music jazz piano / HfMT Cologne since 2014 Doctorate at the HfMT Cologne on the subject of sampling terminology.

 

Imaginary patterns, personal myths and narratives

In ‘Imaginary Patterns, Personal Myths, and Narratives,’ we go through an in-situ artistic exploration, delving into the surrounding environment through visits to museums, mountain hikes, and studies of literature encompassing subjects such as wool textiles and azulejos, all within the context of the Serra da Estrela. Our central focus is to interpret the recurring patterns within the mountain landscape, seeking to capture the mountain’s temporal perspective and translate these patterns through sonic practices. Additionally, we search for visual imagery suitable for animated loops and explore the intersections of various pattern levels, which may ultimately be sonified in diverse ways, incorporating electronic elements and on-site found objects.

TXEMI MEDIERO

Profesor del Departamento de Dibujo de la Facultad de Bellas Artes de la Universidad del País Vasco, ha colaborado en varias ocasiones en proyectos relacionados con el paisaje. Cabe destacar el artículo titulado Paisajes de guerra. Lugares del olvido (Revista Sans Soleil, Vol 9, 2017), escrito tras largos y frecuentes paseos por la Cordillera Cantábrica. En relación al Seminario Serantes como miembros del SIA, viajaron al Mont Ventoux y recogieron esta experiencia en el capítulo titulado “Suertes”, (Díez y Esperasate, memoria(k), Bilbao 2020), que también se presentó en el 2019 edición de la Montaña Mágica*.

PIEDRAS Ξ […] Ξ MONTAÑAS

¿Cómo representaban las montañas los pintores en los tiempos de Petrarca? Si observamos las pinturas de Giotto o de Simone Martini (pintores con los que el escritor tuvo cierta relación: del primero tenía en su casa una Madonna, del segundo fue amigo personal) no deja de sorprender la artificialidad con que construyen el paisaje. Al final de la Edad Media el pintor y teórico Cennino Cennini, escribió un tratado sobre arte en el que hacía la siguiente recomendación: “Del modo de copiar una montaña del natural”: “Si quieres conseguir buenas imágenes de montañas y que parezcan reales, coge piedras grandes que sean escabrosas y sin pulir y cópialas del natural, dando las luces y las sombras, tal como te dicte tu buen sentido”. Comenzamos desde aquí un ejercicio que se inicia con el dibujo y se proyecta con vocación de ensayo visual. Queriendo ver en la piedra una montaña y en la montaña una piedra, estableceremos relaciones no previstas que configurarán paisajes tan vividos como inventados.

UNAI REQUEJO

Es doctor, con una tesis sobre el jugar en el proceso creativo, es profesor adjunto en la UPV/EHU. Desde 2003 participa en exposiciones colectivas e individuales, mostrando su trabajo en ciudades como Bilbao, Madrid, Bristol, Breda, Palermo, Tetuán, Oporto, Pekin o San Diego. Realizó una residencia en Pekín dentro del Programa ¡Vámonos a China! Trabaja sobre todo con video, fotos y dibujos, así como con sonido y música. Sus obras tienen formas y modos de hacer dispares, pero normalmente suelen tener un tono divertido o algo parecido al humor. También se mueve en prácticas que están en los límites del sistema del arte, haciendo camisetas o videoclips por ejemplo. Le gusta inventar procesos demasiado complicados para construir imágenes.

 

Cartas a Petrarca

El grupo de investigación laSIA tiene como finalidad profundizar en la dimensión investigadora de la práctica artística, puesto que entendemos la práctica del arte como una experiencia de saber. Nos posicionamos en el lugar del sujeto artista, como un lugar de práctica reflexiva, desde donde trazar no tanto un conocimiento teórico, sino una experimentación práctica que permita abrir vías para la creación y exposición de la investigación. En este proyecto, el grupo retoma la carta de Francesco Petrarca, La ascensión al Mont Ventoux, para realizar un ejercicio práctico de creación-investigación. La carta, fechada por Petrarca en 1336, suele considerarse un texto clave en la historia del paisaje; en el relato confluyen la percepción estética de la naturaleza y el peso de la alegoría moral. El trabajo que presentamos se resuelve en una publicación que recoge la propuesta que cada uno de nosotros ha realizado teniendo como referencia base la carta de Petrarca.

CHAMADA MM* 2023

Propostas de comunicação e projectos artísticos 

 

Sobre o tema genérico d’ O Imaginário da Montanha, a 4ª edição, a Montanha Mágica* Arte e Paisagem (www.montanhamagica.ubi.pt) terá lugar nos dias 16 e 17 de Novembro de 2023 na Universidade da Beira Interior, Covilhã. Pretendendo continuar a constituir-se num lugar de convergência dos eixos da criação, investigação e fruição artística, promove o desenvolvimento, partilha e apresentação de:

 

1 – Propostas artísticas heterodoxas e originais, a expor; e

2 – Propostas de comunicação atinentes ao imaginário da Montanha. 

 

Os projectos artísticos e as comunicações selecionadas pela Comissão Científica e artística serão posteriormente publicadas num número especial da revista Stellae* Revista de Arte.

 

As propostas, em qualquer idioma, devem ser submetidas até 20 de Junho de 2023, para o email montanhamagica@labcom.ubi.pt, com os seguintes elementos:

 

1 – Projetos Artísticos ou Obras de Arte

  1. a) Nome do autor / artista e afiliação;
  2. b) Dados de contacto (email, telefone e morada);
  3. c) Breve biografia (até 1.000 caracteres) e fotografia pessoal;
  4. d) Título da obra / projecto e informação técnica;
  5. e) Resumo do projecto ou obra (até 2.000 caracteres) 
  6. f) 1 a 10 imagens (300 dpi) ou links.

 

2 – Propostas de Comunicação

  1. a) Nome do autor / artista e afiliação;
  2. b) Dados de contacto (email, telefone e morada);
  3. c) Breve biografia (até 1.000 caracteres) e fotografia pessoal;
  4. c) Título do artigo;
  5. d) Resumo do artigo (até 2.000 caracteres);
  6. e) Artigo completo (até 15.000 caracteres, incluindo o resumo, bibliografia e notas (APA) .doc ou .odt)

 

Nota: A submissão de imagens, obras ou textos implica a cedência dos direitos de reprodução e divulgação à UBI, no âmbito da MM* e da Stellae*, obviamente com referência aos autores, que todavia conservam os respectivos Direitos de Autor.

 

Calendário

SIMPÓSIO

16-17 NOV 2023, 09-18h, Anfiteatro da Parada, UBI

 

EXPOSIÇÕES

16 NOV 2023 > JAN 2024, vários espaços, a anunciar 

ORGANIZAÇÃO (2023)

COORDENAÇÃO CIENTÍFICA E ARTÍSTICA

Francisco Paiva, FAL, Departamento de Artes, Universidade da Beira Interior PT 

 

CURADOR CONVIDADO

Miguel Bandeira Duarte, EAAD Universidade do Minho PT

 

COMISSÃO CIENTÍFICA

António José Santos Meireles, Instituto Politécnico de Bragança PT

Adriana Veríssimo Serrão, FL Universidade de Lisboa PT

Ana Leonor Madeira Rodrigues, FA Universidade de Lisboa PT  

Carmen Bellido Márquez, FBA Universidad de Granada ES  

Carmen Marín Ruiz, FBA UC Madrid Grupo Humanidades Ambientales ES

Eduardo Paz Barroso, Universidade Fernando Pessoa PT

Fernando Garcia-Dory, inland – art, agriculture & territory ES

Francisco Paiva, FAL Universidade da Beira Interior PT 

Hélène Saule-Sorbé, FBA Université Bordeaux 3 FR 

Jesús Osório, FBA Universidad de Granada ES

João Carlos Correia, FAL Universidade da Beira Interior PT

João Paulo de Araújo Queiroz, FBA Universidade de Lisboa PT

Joaquim Mateus Paulo Serra, FAL Universidade da Beira Interior PT 

Josu Rekalde Izagirre, FBA Universidade do País Basco ES

Juan Guardiola Román, Centro de Arte y Naturaleza, Huesca, ES

Lluís Ortega, Universitat Politècnica de Catalunya ES

Luís Nogueira, FAL Universidade da Beira Interior PT

Manuela Penafria, FAL Universidade da Beira Interior PT

Manuela Pires da Fonseca, A Ribeira a Gostar dela Própria PT

Miguel Bandeira Duarte, EAAD Universidade do Minho PT

Miguel Santiago Fernandes, FE Universidade da Beira Interior PT

Paulo Luís Almeida, FBA Universidade do Porto PT

Paulo Manuel Ferreira da Cunha, FAL Universidade da Beira Interior PT

Paulo Oliveira Freire Almeida, EAAD Universidade do Minho PT

Paloma Villalobos, Universidad Complutense de Madrid ES / Universidad de Chile CL

Roberto Ramos de Léon, CDAN – Centro de Arte y Naturaleza – Huesca, ES

Rita Salvado, FE Universidade da Beira Interior PT

Rita Sixto Cesteros, FBA Universidad del País Vasco ES

Tania de León Yong, FAD – Universidad Nacional Autónoma de México, MX / KHM Alemanha

Tiago Fernandes, FAL Universidade da Beira Interior PT

Txemi García Mediero, FBA Universidad del País Vasco ES

Unai Requejo, FBA Universidad del País Vasco ES

Urbano Mestre Sidoncha, FAL Universidade da Beira Interior PT

Veva Linaza Vivanco, FBA Universidad del País Vasco ES

 

PRODUÇÃO

LABCOM – Grupo de Artes – Universidade da Beira Interior, Covilhã, Portugal

iA* – Unidade de Investigação em Artes / UBI

LaSIA, Universidade do País Basco, Bilbau, Espanha

 

COMISSÃO EXECUTIVA

Francisco Paiva, Coordenação Geral / fpaiva@ubi.pt  

Mércia Pires, Secretariado / mercia.pires@labcom.ubi.pt +351 275 242 023 / ext. 1201

Sara Constante, Design

Miguel Manteigueiro, Web developer e Informática / admin@labcom.ubi.pt

 

PARCERIAS

A Ribeira a Gostar dela Própria, São Domingos, Covilhã. http://www.ribeiradesaodomingos.ubi.pt/

Associação LUZLINAR, Feital, Trancoso. http://www.luzlinar.org/

Centro de Arte Contemporânea Graça Morais (CACGM) / Laboratório de Artes na Montanha, Bragança.

CDAN – Centro de Arte y Naturaleza. Fundación Beulas, Huesca, Espanha. www.cdan.es

COOLABORA – Cooperativa de Intervenção Social. www.coolabora.pt

Cursos de Design Multimédia, 1º e 2º Ciclo, UBI. https://www.ubi.pt/curso/33

Cursos de Cinema, 1º e 2º Ciclo, UBI. https://www.ubi.pt/curso/57

Doutoramento em Media Artes da Universidade da Beira Interior. http://media-artes.ubi.pt/

École Supérieure d’art d’Aix-en-Provence, França. www.ecole-art-aix 

Facultad de Bellas Artes de la Universidad del Pais Vasco, Bilbau, Espanha. www.ehu.eus/es/web/bellasartes 

Museu de Lanifícios. www.museu.ubi.pt

Stellae* Revista de Arte. http://ojs.labcom-ifp.ubi.pt/stellae

 

APOIOS

Universidade da Beira Interior

Fundação para a Ciência e a Tecnologia

Câmara Municipal de Vinhais

Museu de Lanifícios

Contactos

Geral: montanhamagica@labcom.ubi.pt

 

Localização

Universidade da Beira Interior

Faculdade de Artes e Letras

Departamento de Comunicação e Artes

Rua Marquês D’Ávila e Bolama
6201-001 Covilhã, Portugal

 

MM*2023

 

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